Faleceu na madrugada de dia 7 de Abril, aos 78 anos, o camarada Manuel Martins. Membro do Partido desde 1950, foi funcionário do Partido na clandestinidade entre 1964 e 1970, juntamente com a sua companheira Maria Joaquina, trabalhando na zona industrial de Lisboa, no Norte do País e no Algarve, onde dirigiu importantes lutas dos pescadores, e também no Litoral Alentejano, onde participou nas lutas dos operários agrícolas pela conquista das oito horas de trabalho. Nos últimos anos da ditadura esteve emigrado em França, de onde voltou em 1974, após a Revolução, para participar activamente em alguns dos seus mais exaltantes combates, como a luta pela Reforma Agrária e pela criação e defesa do Poder Local Democrático.

Em 1981, Manuel Martins passou a funcionário do Partido, assumindo diferentes responsabilidades no Partido e desempenhando várias tarefas. Entre 1986 e 1990 foi destacado para o trabalho do Partido nas ilhas, integrando a Direcção da Organização da Região Autónoma dos Açores e assumindo a responsabilidade da Organização da Ilha Terceira. Foi ainda membro da Organização Regional de Setúbal do PCP e do seu executivo, do Organismo Intermédio do Sul. Integrava a Direcção da Organização Regional do Litoral Alentejano desde a 1.ª assembleia, realizada no ano 2000. Nesta região, foi responsável pelas organizações concelhias de Alcácer do Sal, Santiago do Cacém e Sines, fazendo actualmente parte da Comissão Concelhia de Grândola. Em todos os locais onde trabalhou, desempenhou várias tarefas como fundos, organização, informação e propaganda, Festa do Avante! e divulgação, distribuição e venda da imprensa do Partido, o Avante! e O Militante.

Fora do âmbito partidário, Manuel Martins foi ainda um destacado dirigente associativo, integrando a direcção da Sociedade Musical Fraternidade Operária Grandolense e do Sport Clube Grandolense, onde foi também atleta de futebol e treinador das camadas jovens. Colaborou ainda com o Ecos de Grândola e foi dirigente do MURPI e activista da URAP.

No seu funeral, Manuel Valente, do Comité Central e responsável pela Direcção da Organização Regional do Litoral Alentejano do PCP, realçou que o desaparecimento de Manuel Martins representa uma perda «para todos aqueles que lutam pela liberdade, pela democracia, por mais justiça social, por um País livre, democrático, independente e soberano».

Por ocasião da morte de Manuel Martins foram endereçadas à família mensagens de pesar das direcções das Organizações regionais de Setúbal e do Litoral Alentejano, da Comissão Concelhia de Grândola e do Secretariado da Direcção da Organização da Região Autónoma dos Açores, que salienta a dedicada e generosa contribuição dada à luta do povo açoreano.