Uma região a definhar

Os pro­blemas mais sen­tidos em Trás-os-Montes e Alto Douro não pas­saram ao lado das ini­ci­a­tivas de sá­bado, que con­taram com a pre­sença de Je­ró­nimo de Sousa. Em Vila Real, o Se­cre­tário-geral do Par­tido lem­brou que o dis­trito perdeu, na pri­meira dé­cada deste sé­culo, tanta po­pu­lação como nas quatro dé­cadas an­te­ri­ores, o que re­sulta da falta de in­ves­ti­mento em sec­tores pro­du­tivos como a agri­cul­tura e a in­dús­tria, bem como da des­truição de ser­viços. Neste âm­bito, sa­li­entou Je­ró­nimo de Sousa, foram en­cer­rados 535 es­colas desde 2001 e, entre 2003 e 2011, nove es­ta­ções de Cor­reios, 45 ex­ten­sões de saúde, um Bloco de Partos, es­tando em pre­pa­ração o en­cer­ra­mento de cinco tri­bu­nais.

O de­sem­prego é outra das tra­gé­dias desta re­gião, tendo o di­ri­gente co­mu­nista re­al­çado os mais de 14 mil tra­ba­lha­dores que se en­con­travam sem tra­balho em Fe­ve­reiro de 2013, em re­sul­tado do fecho, nos úl­timos quatro anos, de seis mil em­presas de co­mércio e in­dús­tria, mas também do aban­dono de ex­plo­ra­ções agrí­colas. No que diz res­peito à agri­cul­tura, Je­ró­nimo de Sousa de­nun­ciou a «pa­ra­li­sação da Casa do Douro, esta bela e his­tó­rica ins­ti­tuição da la­voura du­ri­ense», que pro­vocou o avanço, na re­gião, da ruína, aban­dono da ac­ti­vi­dade vi­ti­vi­ní­cola, de­sem­prego e fome.

Em se­guida, no co­mício em Mi­ran­dela, o di­ri­gente do PCP re­pu­diou o en­cer­ra­mento das con­sultas noc­turnas em oito dos 12 con­ce­lhos do dis­trito de Bra­gança, a que se acres­centa o es­va­zi­a­mento dos hos­pi­tais. Je­ró­nimo de Sousa acusou ainda o Go­verno de atacar desta forma os ser­viços de saúde «ig­no­rando as ca­rac­te­rís­ticas con­cretas do ter­ri­tório, a sua po­pu­lação en­ve­lhe­cida, as longas dis­tân­cias e a ine­xis­tente rede de trans­portes e di­fi­cul­dades de mo­bi­li­dade».

Na edu­cação, en­cer­raram no dis­trito mais de 250 es­colas, ao mesmo tempo que foram trans­fe­ridas di­versas com­pe­tên­cias para as au­tar­quias, num mo­mento em que também elas viam os seus or­ça­mentos as­fi­xi­ados. Os mega-agru­pa­mentos le­varam à agre­gação de 31 es­colas, en­quanto a es­cola sede se en­contra à es­pera de obras há 32 anos.

No poder local, foram ex­tintas 66 fre­gue­sias, que já subs­ti­tuem ser­viços que foram en­cer­rados, como postos de CTT. Na calha está o en­cer­ra­mento de cinco dos 11 tri­bu­nais do dis­trito.

Para Je­ró­nimo de Sousa, este é um Go­verno «que só des­trói, não cons­trói coisa ne­nhuma. Um go­verno que en­ganou o povo, que faz o con­trário do que pro­meteu».



Mais artigos de: PCP

Ao serviço do desenvolvimento e da soberania

Foto LUSA Estratégicos são todos aqueles sectores da economia que, no quadro do perfil económico de um determinado período histórico, produzem bens ou serviços que pelas suas características intrínsecas são essenciais ao...

Abrir caminhos de esperança

Je­ró­nimo de Sousa es­teve no sá­bado em Trás-os-Montes e Alto Douro, a par­ti­cipar num al­moço em Vila Real e num co­mício em Mi­ran­dela. A luta contra o pacto de agressão e pela de­missão do Go­verno es­teve em des­taque nas suas in­ter­ven­ções. 

Demitir o Governo, <br> rejeitar o pacto de agressão

A pro­pó­sito da de­cisão do Tri­bunal Cons­ti­tu­ci­onal e das de­cla­ra­ções do pri­meiro-mi­nistro, o PCP re­jeitou a pos­si­bi­li­dade de serem adop­tadas novas me­didas de aus­te­ri­dade.

«Produzir mais para dever menos»

O PCP promoveu, anteontem, no Hotel Tuela, no Porto, um debate subordinado ao tema «Produzir mais para dever menos». O Secretário-geral do Partido encerrou a iniciativa integrada na campanha nacional «Por uma política alternativa, patriótica e de esquerda», e na qual...

Mais força à defesa das freguesias

Teve lugar no dia 4, na sede nacional do Partido, uma reunião sobre o trabalho nas freguesias, à qual compareceram largas dezenas de quadros com actividade nesta área. Em debate, entre outros temas, esteve o encontro nacional de freguesias do próximo dia 20, tendo sido sublinhada a...

A força da razão

As acções em que participou Jerónimo de Sousa no Norte do País estiveram muito longe de ser as únicas em que o Partido valorizou a proposta, feita há dois anos, de renegociação da dívida pública. Aliás, no dia 5, um...

Faleceu Manuel Martins

Faleceu na madrugada de dia 7 de Abril, aos 78 anos, o camarada Manuel Martins. Membro do Partido desde 1950, foi funcionário do Partido na clandestinidade entre 1964 e 1970, juntamente com a sua companheira Maria Joaquina, trabalhando na zona industrial de Lisboa, no Norte do País e no Algarve, onde...