Duas sessões
Prosseguem por todo o País as iniciativas comemorativas do centenário do nascimento de Álvaro Cunhal. Em Lisboa, o Sector Intelectual promoveu na Faculdade de Belas Artes uma sessão sobre «Álvaro Cunhal: o intelectual combatente, o criador militante», que deu o mote para uma conversa que revelou as várias dimensões artísticas de Álvaro Cunhal, abordadas por Alexandre Branco Weffort, Carlos Vidal, Domingos Lobo, José Carlos Pereira, Manuel Gusmão e Maria Helena Serôdio.
Na Póvoa de Varzim, Ruben de Carvalho e Teresa Lopes participaram num colóquio sobre a vida e a luta do dirigente comunista, no qual participaram dezenas de pessoas, entre as quais muitas que não são militantes do PCP. Nesse colóquio falou-se do papel de Álvaro Cunhal na reorganização do Partido, período no qual se começou a delinear a independência do PCP em relação aos outros partidos comunistas. Esta independência revelou-se na concepção própria de Frente Única da Classe Operária, definida no III Congresso, ou mais tarde, quando o PCP não acompanhou os comunistas espanhóis, franceses e italianos na aventura do eurocomunismo, que tão maus resultados acabaria por trazer. As incursões de Álvaro Cunhal pelos terrenos da arte e da literatura – como autor, pensador ou crítico – foram também abordadas, assim como o seu profundo humanismo e a sua imensa capacidade de ouvir e entender os outros.