O passado controverso do Papa Francisco
Jorge Mario Bergoglio, de 76 anos, foi eleito, dia 13, como sucessor de Bento XVI, tornando-se o 266.º papa da igreja católica e o primeiro argentino a chefiar o Vaticano.
Do seu passado, são conhecidas as relações tensas com os governos progressistas de Néstor e Cristina Kirchner. O então cardeal-arcebispo foi mesmo acusado pelo presidente argentino de ser o «verdadeiro representante da oposição».
Mas são sobretudo as suas relações com a ditadura militar de Jorge Rafael Videla que mais incomodam o Vaticano. Porém, apesar dos desmentidos oficiais, associações antifascistas como «As mães da Praça de Maio» ou «H.I.J.O.S. de Mar del Plata» insistem na cumplicidade de Bergoglio com a ditadura.
Já o jornalista argentino, Horacio Verbitsky, citado pelo Publico.es, demonstra essa cumplicidade ao trazer à luz o memorando da reunião do Episcopado com a Junta Militar em Novembro de 1976. Aí, os dignitários religiosos esclarecem: «De maneira nenhuma pretendemos assumir uma posição crítica face à acção do governo», dado que «um fracasso levaria, com muita probabilidade, ao marxismo». Por isso, «acompanhamos o actual processo de reorganização do país».