Protestos em Espanha contra corrupção

Rajoy enfraquecido

O presidente do governo espanhol é um dos visados pelo escândalo de corrupção que envolve pelo menos uma dúzia de políticos do Partido Popular que terão auferido somas indevidas provenientes de esquemas de corrupção.

Socialistas pedem demissão do governo

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Mariano Rajoy negou tudo, mas as explicações não convenceram os espanhóis.

Uma sondagem publicada no domingo, 3, indicava que 77 por cento dos inquiridos desaprovam a acção do presidente do governo, 85 por cento manifestam pouca ou nenhuma confiança nele e 79 por cento são favoráveis à demissão do executivo. As intenções de voto não vão além de 23,9 por cento.

Apesar de o líder do Partido Socialista (PSOE) se ter apressado a exigir a demissão do governo, tão pouco parece merecer a confiança dos cidadãos. Alfredo Pérez Rubalcaba declarou que «o senhor Rajoy é um peso para a Espanha, por isso pedimos sua demissão».

Contudo, a mesma sondagem revela que 89 por cento não confiam em Rubalcaba. Assim, apenas 23,5 por cento dos inquiridos se mostram dispostos a votar no PSOE. Juntos, os dois partidos somariam apenas 47,4 por cento dos votos.

O descrédito da dita «classe» política é ainda acentuado pela opinião esmagadora (97%) de que «a corrupção está generalizada e não é punida adequadamente», segundo mostra a sondagem realizada pela empresa Metroscopia e publicada pelo El País.

A indignação dos espanhóis, agravada pela maior crise económica e social de sempre, teve igualmente expressão pública em numerosas manifestações convocadas pelas redes sociais.

Os protestos iniciaram-se dia 31 e repetiram-se nos dias seguintes, chegando a reunir milhares de pessoas junto às sedes do PP em Madrid e Barcelona. Populares saíram também à rua nas cidades de Sevilha, Granada, Valência e Corunha.

Os manifestantes gritaram palavras de ordem como «Demissão, Demissão!» e «Este presidente é um delinquente», «Não há pão para tanto chouriço».

Entretanto, novos factos chocantes relacionados com os negócios escuros do PP continuam a vir a público.

Na segunda-feira, 4, o El País, diário que divulgou em primeira-mão as contas secretas do PP, noticiou que Luis Bárcenas, ex-tesoureiro do Partido Popular durante 18 anos, recebeu, entre Fevereiro de 2002 e Julho de 2004, cerca de cinco milhões de euros só da empresa Constructora Hispânica.

Estes «donativos», oferecidos em troca de contratos públicos, destinavam-se teoricamente a financiar o PP, porém, Bárcenas e os seus cúmplices reservavam para si chorudas comissões.

Num dos casos citados, o tesoureiro recebeu 600 mil euros, mas só entregou 144 mil euros ao partido. Outros dirigentes terão beneficiado pessoalmente desses «financiamentos».



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