UE bate recorde na venda de armas
As exportações de armas dos estados-membros da União Europeia atingiram um novo recorde em 2011, ascendendo a um total de 37,5 mil milhões de euros, ou seja um aumento de 18,3 por cento em relação ao ano anterior.
Os dados são oficiais, constando num relatório publicado pelo Conselho Europeu, em 14 de Dezembro, intitulado «Fourteenth Annual Report on Exports Control of Military Technology and Equipment».
O documento quase passava despercebido, dado não ter sido objecto de comunicado de imprensa ou anúncio no site do Parlamento Europeu. Porém, a rede europeia contra o comércio de armas (European Network Against Arms Trade – ENAAT) encarregou-se de estudar o volumoso relatório e extrair os principais dados, que em nada condizem com o «Nobel da Paz» atribuído à União Europeia no ano passado.
Apesar de várias lacunas, designadamente no que se refere a contratos de fornecimento de armamento por parte da Alemanha e da Grã-Bretanha, a informação disponibilizada mostra que a França, a Grã-Bretanha, a Alemanha, a Itália e a Espanha foram responsáveis por 80 por cento das exportações de armas na UE.
Só a França exportou material bélico no valor de 10 mil milhões de euros, seguindo-se a Grã-Bretanha (7 mil milhões de euros), a Alemanha (5,4 mil milhões de euros), a Itália (5,2 mil milhões de euros) e a Espanha 2,8 mil milhões de euros).
Entre os principais clientes destacam-se a Arábia Saudita (4,2 mil milhões euros) e os Emirados Árabes Unidos (1,9 mil milhões de euros).
As exportações para a Ásia subiram de 4,7 mil milhões para 5,5 mil milhões de euros e para o Médio Oriente de 6,6 mil milhões para oito mil milhões de euros.
Na lista dos importadores estão países como a Tunísia, Egipto, Líbia, Argélia e Marrocos, no que respeita ao Norte de África. Na Ásia, a Índia foi o principal cliente, seguindo-se o Paquistão e o Afeganistão.