Pelo emprego no bingo

Um pro­testo contra a falta de cum­pri­mento dos com­pro­missos as­su­midos pelo Go­verno com o Sin­di­cato da Ho­te­laria do Norte, da CGTP-IN, teve lugar an­te­ontem, ao fim da manhã, junto ao Mi­nis­tério da Eco­nomia, com a par­ti­ci­pação de meia cen­tena de tra­ba­lha­dores dos bingos do Sal­gueiros e Olímpia. Um des­pacho da se­cre­tária de Es­tado do Tu­rismo ditou o en­cer­ra­mento do Bingo do Sal­gueiros. A 20 de Ou­tubro foi co­mu­ni­cado o des­pe­di­mento dos seus 93 tra­ba­lha­dores, sem in­dem­ni­zação. Ao sin­di­cato, o Go­verno as­se­gu­rara que não es­ta­riam em causa os postos de tra­balho, con­dição que teria que ser sa­tis­feita nos con­cursos para atri­buição da li­cença de ex­plo­ração da sala. A sala re­a­briu a 15 de De­zembro, com uma nova con­ces­si­o­nária mas ao abrigo da li­cença da sala Bra­sília.

Ora, as­si­nala o sin­di­cato, em co­mu­ni­cado de im­prensa, o sócio-ge­rente da Pauta de Flores (em­presa que ga­nhou a con­cessão, em con­sórcio com o Sal­gueiros 08) é o mesmo que antes geria a sala do Sal­gueiros. Para a nova con­ces­si­o­nária, passou todo o equi­pa­mento, pro­dutos e re­cheio da sala de jogo.

A pri­meira exi­gência é que sejam rein­te­grados todos os tra­ba­lha­dores des­pe­didos em Ou­tubro. É igual­mente ne­ces­sário pôr fim ao clima de in­ti­mi­dação, pois quem foi cha­mado para tra­ba­lhar no Bingo do Sal­gueiros teve que as­sinar con­trato a termo, com o sa­lário mí­nimo na­ci­onal, com maior carga ho­rária e com mo­bi­li­dade fun­ci­onal e ge­o­grá­fica.

No Porto há três li­cenças em aberto: FC Porto, Olímpia e Sal­gueiros. O sin­di­cato de­fende que o Go­verno deve en­tregar a li­cença do Sal­gueiros ao con­cor­rente que ficou em ter­ceiro lugar, que se de­clarou dis­posto a cedê-la a um in­ves­tidor in­te­res­sado, ou deve pro­mover um con­curso ur­gente, para aber­tura de uma nova sala, onde possam in­te­grar-se os cerca de 70 tra­ba­lha­dores do Sal­gueiros e do Olímpia que estão de­sem­pre­gados.

O Go­verno tem ainda que exigir que sejam pagos os di­reitos aos tra­ba­lha­dores que não possam vir a ser rein­te­grados, uma vez que o bingo do Sal­gueiros teve uma re­ceita de mais de 12 mi­lhões de euros, em 2011, e de quase 7,5 mi­lhões, de Ja­neiro a Ou­tubro de 2012.

Mi­guel Tiago, de­pu­tado, re­a­firmou aos tra­ba­lha­dores a so­li­da­ri­e­dade do PCP.

Ca­sino da Fi­gueira

Os 15 tra­ba­lha­dores da res­tau­ração e be­bidas (F&B) do Ca­sino da Fi­gueira da Foz fi­zeram greve no Natal e na pas­sagem de ano, exi­gindo a anu­lação do des­pe­di­mento co­lec­tivo. Na tarde de 31 de De­zembro, con­cen­traram-se na porta de ser­viço e, cerca das 21 horas, des­lo­caram-se para a en­trada prin­cipal, para dis­tri­buírem aos cli­entes in­for­mação sobre a luta. Este caso foi le­vado pelo Sin­di­cato da Ho­te­laria do Centro à co­missão par­la­mentar de Tra­balho e à Se­cre­taria de Es­tado do Tu­rismo, a 14 de De­zembro, onde con­testou a de­cisão da So­ci­e­dade Fi­gueira Praia e de­fende que os tra­ba­lha­dores man­te­nham os seus postos de tra­balho.

Em­bora aquele ser­viço faça parte da con­cessão do jogo, a em­presa de­cidiu ter­miná-lo e desde 1 de No­vembro «só existe o bar da sala das má­quinas e ser­viço de bar, no salão de festas, quando a ad­mi­nis­tração de­cide». Na ex­po­sição ela­bo­rada pelo sin­di­cato, o re­curso a em­presas ex­ternas para o ser­viço de res­tau­ração e be­bidas viola as obri­ga­ções con­tra­tuais da con­cessão, a não ser que tenha au­to­ri­zação do Go­verno.



Mais artigos de: Trabalhadores

Greves passam de ano

As greves ao tra­balho su­ple­mentar que não é pago con­forme a con­tra­tação co­lec­tiva e a prá­tica de dé­cadas, nas em­presas pri­vadas e no sector pú­blico, fe­charam o ano velho e pro­longam-se em 2013.

Vigarice na média

O Go­verno de­veria rever a le­gis­lação, para que a com­pen­sação por des­pe­di­mento se ba­se­asse no valor médio pago na Zona Euro, con­trapôs a CGTP-IN, um dia de­pois da pro­posta de lei dar en­trada na AR.

Opção gestionária a ganhar

O Tribunal Administrativo e Fiscal de Castelo Branco deu razão aos trabalhadores e ao STAL/CGTP-IN, nos processos movidos em defesa da opção gestionária para valorização dos vencimentos nas câmaras municipais de Meda e Celorico da Beira, o que significa a...

Fraude em duodécimos

A proposta do Governo para pagamento de metade dos subsídios de férias e de Natal de 2013 em duodécimos, no sector privado, foi classificada pela CGTP-IN como «uma fraude monumental». Arménio Carlos salientou que a medida visa reduzir os rendimentos dos trabalhadores e das suas...