Quem ganha?
A privatização da ANA «constitui um grave atentado ao património público, potencia o aumento das taxas aeroportuárias, contribui para a concentração monopolista do sector, à escala europeia, e acentua a degradação da soberania nacional», afirmou quinta-feira a CGTP-IN. Num comunicado de imprensa, a central registou que o Governo «entrega aos privados uma empresa que dá lucros de muitos milhões de euros», os quais «não só deixarão de reverter para o Estado, como passarão a engrossar as divisas que saem do País». A Inter interroga «quanto perderá o Estado e ganhará o consórcio privado com este negócio, nos próximos 50 anos», observando que o encaixe financeiro «tem de ser analisado como conjuntural e comparado com o que as contas públicas perdem de forma estrutural». Se, «nos últimos anos, a ANA representou um encaixe de dois mil milhões de euros», também conta o facto de que «os aeroportos são um elemento estratégico para o desenvolvimento económico e social do País e a sua relação com o mundo» e «a gestão pública integrada da rede nacional de aeroportos foi decisiva para a sua expansão e modernização».