E a taluda está a sair... ao capital financeiro

Nos dias que precedem o Natal repetem-se os sorteios de prémios que são sempre muito, muito superiores ao que um trabalhador ganha, em média, numa vida inteira de trabalho honesto. Ora, entre 2008 e 2011, para além da mais-valia extorquida aos trabalhadores, como é característico no modo de produção dominante, ao capital financeiro, que actualmente controla no fundamental todo o demais, pode dizer-se que também tem saído a taluda.

Segundo cálculos da própria Comissão Europeia (CE), o volume total das «ajudas» concedidas pelos Estados da UE à banca naquele período ascende a 1600 mil milhões de euros ,74 por cento dos quais injecções directas de liquidez ou garantias bancárias tal efeito.

Em 2012, o montante do «auxílio» às instituições creditícias não foi menor, já que, de acordo com dados oficiais, citados pela Lusa, no total representam 13 por cento do PIB dos 27 Estados da UE.

A roda da fortuna

Em Portugal, referem os organismos europeus, entre 2008 e 2011, os bancos obtiveram, a título de «ajuda», 47,45 mil milhões de euros, ou quase 28 por cento do PIB.

Fora a banca, para o resto da economia europeia imperou, em 2011, a austeridade. É o que diz a UE, que estima que as «ajudas» à «economia real» caíram 50 por cento para 4,8 mil milhões de euros relativamente a 2010.

Grécia, Portugal, Espanha, Itália são os países que têm sido noticiados como à beira da bancarrota, perigando de colapso todo o sistema, mas entre 2008 e 2011, os países cujo capital mais arrecadou a título de «ajuda» face à crise capitalista foram, a Grã-Bretanha (19 por cento), Irlanda (16 por cento) e Alemanha (16 por cento), adianta a mesma fonte.

Mas o regabofe não fica por aqui. No mesmo dia 21 em que apresentou os cálculos acima referidos, a CE aprovou o «plano de incentivos» para o banco belga KBC, e, também de acordo com a Europa Press, amanhã, 28, vai aprovar a «reestruturação e liquidação ordenada» do igualmente belga Dexia, cuja factura ascende, até ver, a 50 mil milhões de euros, repartidos por Bélgica, França e Luxemburgo.



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