Alentejo com forte adesão
Esta foi maior do que a greve geral de Março
«Estamos a registar uma adesão maior do que na anterior greve geral, abrangendo mais sectores e trabalhadores», afirmou Valter Lóios, num depoimento publicado no sítio Internet do PCP. O coordenador da União de Sindicatos do Distrito de Évora destacou o caso da AIS Portugal, em Montemor-o-Novo, cujos trabalhadores participaram, pela primeira vez, num protesto deste tipo, com uma adesão de 72 por cento no primeiro turno. De salientar ainda os níveis de 100 por cento na RTS e na Marmoz, de 85 por cento, na Metalo-Nicho, e de 80 por cento, na Gestamp.
Em Évora, a adesão no serviço municipal de higiene urbana foi total, tal como na recolha de lixo de doze dos catorze municípios do distrito. Na maioria das câmaras, os sectores operacionais não funcionaram e em quatro municípios a adesão foi total. Mais de 60 por cento das juntas de freguesia encerraram.Fecharam as escolas eborenses Condes Vilalva, Severim de Faria e Santa Clara, bem como as de Viana do Alentejo, Montemor-o-Novo, Reguengos de Monsaraz e Viana do Alentejo. Na Universidade de Évora, fizeram greve cerca de 70 por cento dos docentes, e ficaram encerrados a cantina e o bar. Também encerraram a Conservatória e o Centro de Saúde de Arraiolos e o jardim-de-infância de Montemor-o-Novo. No Hospital de Évora, a adesão foi de 70 por cento.
No distrito de Beja, as câmaras de Serpa e Castro Verde fecharam; em Beja, Aljustrel, Moura e Mértola a adesão foi de cerca de 90 por cento; situou-se entre 50 e 80 por cento em Alvito, Odemira, Vidigueira, Ferreira do Alentejo e Cuba. A Assembleia Distrital e as Finança de Beja encerraram, à semelhança de várias juntas de freguesia nos concelhos de Aljustrel, Serpa, Vidigueira e Moura.
Na área da educação, pelo menos 41 estabelecimentos fecharam, sobretudo jardins-de-infância e escolas básicas, nos concelhos de Aljustrel, Beja, Castro Verde, Mértola, Moura, Odemira, Ourique, Serpa e Vidigueira. Na Rodoviária do Alentejo, entre 25 e 30 por cento dos trabalhadores não trabalhou.
Em Portalegre, a adesão também ultrapassou a registada na anterior greve geral, nomeadamente nos sectores do ensino, justiça, autarquias e saúde. Segundo a União de Sindicatos do Norte Alentejano, a adesão por parte de enfermeiros, auxiliares e pessoal técnico do Hospital de Elvas foi de 80 por cento, no primeiro turno. No Hospital de Portalegre chegou aos 88 por cento. Durante a madrugada, não saiu nenhum carro para a recolha de lixo nos concelhos de Alter do Chão, Avis, Castelo de Vide, Gavião, Nisa e Ponte de Sor, tendo-se também verificado uma importante adesão nas administrações autárquicas. A Escola do Atalaião fechou e muitos professores fizeram greve nas escolas José Régio e Mouzinho da Silveira.
As principais empresas do Complexo Industrial de Sines pararam ou foram fortemente afectadas. Registou-se paralisações no porto marítimo, na central termoeléctrica da EDP e nas operações de fornecimento e transporte de carvão a esta empresa. Na REN Atlântico a adesão foi total, enquanto na Euroresinas atingiu os 80 por cento. Centenas de trabalhadores de empreiteiros que laboram para as empresas do complexo também aderiram ao protesto.