Criminoso e injusto
Os EUA só incluem Cuba na lista de «países patrocinadores do terrorismo» para justificarem a manutenção do bloqueio, denunciou o ministro dos Negócios Estrangeiros cubano no encerramento da 67.ª Assembleia Geral das Nações Unidas.
O bloqueio já provocou prejuízos de um bilião de dólares
Ao intervir no plenário da ONU, Bruno Rodríguez calculou em um bilião de dólares (considerando a desvalorização do dólar face ao ouro) os prejuízos materiais resultantes de mais de 50 anos de bloqueio, ao que acrescem os «incalculáveis danos humanos» provocados «a cada família cubana» desde Fevereiro de 1962.
Contrariamente ao que prometeu na campanha eleitoral, em 2009, Barack Obama endureceu a política criminosa face a Cuba, já que, exemplificou Rodríguez, impôs multas de dois mil milhões de dólares a empresas e cidadãos estrangeiros que mantenham negócios com a nação caribenha.
Não obstante, e apesar de o governo norte-americano manter o país no discricionário rol de «países patrocinadores do terrorismo» para justificar o criminoso bloqueio, Cuba reiterou a vontade de «normalizar as relações» com os EUA «mediante o diálogo em pé de igualdade», acrescentou o responsável, para quem «ocorra o que ocorra [nas eleições presidenciais norte-americanas], o nosso povo persistirá no caminho escolhido até conquistar toda a justiça».
Na ocasião, Bruno Rodríguez desmascarou ainda a hipócrita política dos EUA em matéria de terrorismo. «Não têm autoridade moral ou política para acusar Cuba. Albergam dezenas de terroristas, ao mesmo tempo que mantêm presos os cinco antiterroristas cubanos», disse, antes de lembrar que, para mais, «os governos dos EUA sempre utilizaram o terrorismo de Estado como arma contra Cuba», prática que, sublinhou também, «deixou 3478 mortos e 2099 incapacitados».
Relativamente à América Latina, Rodríguez considerou, igualmente, que «a política de ingerência dos EUA» prossegue a «voracidade sobre as nossas riquezas e a imposição de modelos», orientação no cumprimento da qual Washington faz «prevalecer a intervenção militar em vez de uma relação democrática entre estados soberanos».
Durante a 67.ª Assembleia Geral das Nações Unidas, dezenas de países pronunciaram-se contra o bloqueio norte-americano a Cuba, o qual, em 201, foi condenado por 186 países com assento na ONU.