Em Setembro cresce a luta
Greves na Galp Energia e no Grupo Barraqueiro, a recusa de trabalho suplementar no caminho-de-ferro e outros sectores, e concentrações da Administração Pública destacam-se na agenda de lutas das próximas semanas.
Prosseguem em muitas empresas as greves ao trabalho extra
Mantêm-se em vigor, em diversas empresas e sectores, pré-avisos que dão cobertura legal à recusa de trabalho suplementar com valor substancialmente reduzido.
Nas transportadoras públicas, onde o roubo de salários e o ataque aos direitos e ao emprego se acentuara já com o Orçamento do Estado e o «plano estratégico de transportes», uma reunião de representantes iria ontem analisar o prosseguimento da luta. Foram anunciadas greves no sector portuário, entre os dias 17 e 24, na Rodoviária de Lisboa (dia 17), na Rodoviária do Alentejo e na Trevo (dia 19). Contra a privatização e em defesa de melhores transportes públicos, está convocada uma manifestação em Aveiro, para dia 12.
Na Petrogal, na Lisboagás e noutras empresas do Grupo Galp Energia foi convocada uma greve de três dias, de 17 a 19 de Setembro, com o objectivo de manter todos os direitos, melhorar os salários e exigir o cumprimento da contratação colectiva. A decisão, informou a Fiequimetal/CGTP-IN, foi aprovada pelos trabalhadores em plenários muito participados, onde foi clara a rejeição do aumento da duração do tempo de trabalho; da diminuição do valor do trabalho; da eliminação dos descansos compensatórios, de dias feriados e dias de férias; do aumento da comparticipação dos trabalhadores no seguro de saúde.
Na proposta reivindicativa da Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública, aprovada anteontem, exige-se uma actualização salarial de 47 euros, em 2013, sem abdicar da reposição da parte dos salários roubada em 2011 e 2012, bem como dos subsídios de férias e de Natal deste ano. A cimeira de sindicatos exigiu a revogação da legislação laboral que visa retirar direitos, embaratecer o trabalho e abrir a porta aos despedimentos nos vários sectores do Estado, e apelou à não aprovação da Proposta de Lei 81/XII, em apreciação pública até dia 15. Foi decidido realizar uma concentração no dia 14, junto à Assembleia da República, para entrega do parecer da Frente Comum sobre este diploma. No dia 17 vai realizar-se outra concentração, junto à presidência do Conselho de Ministros.
As linhas da política reivindicativa da CGTP-IN devem ser aprovadas na reunião de hoje, do Conselho Nacional da central. Está anunciado para dia 15 um encontro nacional, sobre acção reivindicativa.