Encerramento da MAC é inaceitável!
«Os Verdes» entregaram na Assembleia da República um Projecto de Resolução que recomenda ao Governo o não encerramento da Maternidade Alfredo da Costa, uma instituição com 80 anos, reconhecida e distinguida pela excelência na assistência médica perinatal e da saúde da mulher.
Na MAC efectua-se o maior número de partos do País
Depois do investimento de milhões de euros em obras de melhoria das suas instalações, e numa clara atitude de desprezo perante o serviço de excelência prestado nesta unidade de saúde, o Governo anunciou a decisão de encerrar a Maternidade Alfredo da Costa (MAC) até 2015.
Para «Os Verdes», esta é uma decisão «inaceitável» e «imprudente», não fundamentada do ponto de vista técnico, que «apenas serve os interesses de grupos privados e que representa mais um sinal da linha política seguida por este Governo, de destruição do Serviço Nacional de Saúde». É, ainda, uma decisão que coloca em risco centenas de postos de trabalho e que foi tomada sob o protesto de profissionais, utentes e população em geral.
Por todas estas razões, «Os Verdes» apresentaram uma iniciativa legislativa, que foi discutida ontem na Assembleia da República.
«Na MAC efectua-se o maior número de partos do País, é a unidade onde é assistido o maior número de bebés prematuros e de grávidas de risco, onde existe o maior centro público de Medicina Reprodutiva de Lisboa, e é também um notável local de aprendizagem e de formação de profissionais nesta área da saúde», referem, no documento, os ecologistas, que não compreendem a decisão do seu encerramento, que representaria «sérios prejuízos no acesso a cuidados de saúde» e «coloca em situação de risco centenas de postos de trabalho, revelando um completo desrespeito pelos trabalhadores, pelos utentes e pela população».
Para a discussão, «Os Verdes» lembraram que, segundo dados divulgados pelos Serviço de Obstetrícia e Medicina Materno-Fetal, a MAC realizou, em 2011, 5583 partos, tendo havido um aumento do número nascimentos ocorridos nesta unidade nos últimos anos, e realizou ainda mais de 73 mil consultas, 6073 cirurgias e 13637 internamentos. Aliás, a MAC conta já, desde Janeiro de 2012, com cerca de 1400 partos, estimando-se assim que chegará a números semelhantes aos de anos anteriores, não se sustentando a argumentação do Ministério da Saúde que se baseia numa suposta diminuição do número de partos realizados nesta unidade.
Vivem-se tempos perigosos
Na sexta-feira, na Assembleia da República, Heloísa Apolónia acusou o Governo de contribuir para o abandono escolar no ensino superior, ao cortar as bolsas dos estudantes.
«Os estudantes estão a abandonar o ensino superior porque não têm condições económicas para prosseguir os seus estudos e o Governo agrava o problema quando diminui as bolsas de estudo e o universo de estudantes que as podem receber», afirmou a deputada do Partido Ecologista «Os Verdes» (PEV), durante o debate quinzenal do Governo, considerando que o País está a «recuar a tempos perigosos» em que «estuda quem tem dinheiro».
Fascismo nunca mais!
Na sessão solene do 25 de Abril, realizada na Assembleia da República, José Luís Ferreira, deputado do Partido Ecologista «Os Verdes», dirigiu as suas primeiras palavras aos «Capitães de Abril, mas também para todas as mulheres e homens que, acreditando em causas e valores, se juntaram aos militares e juntos fizeram a Revolução dos Cravos, pondo fim a uma ditadura de quase meio século, a um regime sombrio, que censurou os portugueses, que fez a guerra do ultramar, que semeou a miséria e a ignorância, que perseguiu, que reprimiu, que torturou».
«Um regime que fez isto e muito mais ao nosso povo, obrigou-nos a dizer: fascismo nunca mais», sublinhou, frisando que 38 anos passados «vivemos um retrocesso no caminho que foi sendo construído, tendo Abril como horizonte». «Não se estranha por isso a onda generalizada de indignação e descontentamento que hoje inunda o País. O motivo só pode ser um: os governos desviaram-se dos ideais de Abril, não cumpriram a Constituição. Os governos, sobretudo o actual, porque nenhum foi tão longe, não está a garantir os direitos dos cidadãos, não está a governar em sintonia com os interesses do povo», denunciou José Luís Ferreira.