Indignação cresce nas ruas
Os estudantes do Ensino Básico e Secundário de todo o País estiveram, sexta-feira, em luta. Em Lisboa, dias antes, os universitários disseram não à elitização do ensino.
Combate firme à política do Governo
Com mais este protesto, os estudantes do Ensino Básico e Secundário provaram que não se resignam perante o ataque do Governo PSD/CDS à escola pública, gratuita e de qualidade para todos.
«Perante os cortes de financiamento, o aumento do custo da electricidade e de outros bens fundamentais ao funcionamento das escolas, a não contratação de mais funcionários e professores, a continuação da suspensão de obras, o fim faseado do passe 4/18, a indignação dos estudantes cresce nas ruas», salienta, em nota de imprensa, o Secretariado da Direcção Nacional da JCP, que «saúda a luta dos estudantes» e promete estar ao seu lado no «combate firme a esta política», por «uma vida melhor».
Dois dias antes, na quarta-feira, uma centena de estudantes do Ensino Superior manifestou-se em Lisboa, desde a Estação do Metro da Cidade Universitária até à Estação de Entrecampos, contra o fim do passe sub/23. A realização deste protesto, em altura de exames, transparece o descontentamento que se vive, com uma política que vem criando mais barreiras à frequência do ensino.
«Depois das lutas de Dezembro e das manobras do Governo para fazer passar que o corte ia ser reduzido, os estudantes deixam bem claro que exigem que não haja qualquer corte no passe, sendo este fundamental para a sua mobilidade, tendo em conta as enormes despesas que já encontram no Ensino Superior», sublinha, num outro documento, a JCP, dando conta de uma notícia onde se referia que 3300 estudantes cancelaram a sua matrícula este ano lectivo, um número relativo apenas a metade das instituições do Ensino Superior.
«Salientamos que estes dados não correspondem certamente ao número de estudantes que, mesmo sem cancelar a matrícula, estão em situação de abandono do Ensino Superior», esclarecem os jovens comunistas, criticando, entre outras medidas dos sucessivos governos, o aumento das propinas, dos preços das cantinas e das residências, dos transportes, assim como a diminuição das bolsas de estudo.
Manutenção do passe escolar
No quadro deste ataque e na resposta aos anseios dos estudantes, a JCP lançou, recentemente, uma petição pela manutenção do passe 4/18 e sub/23, a apresentar brevemente na Assembleia da República, e que pode ser subscrita em http://www.peticaopublica.com/?pi=JCP. «Dizem que a medida [acabar com o passe 4/18 e sub/23] permitirá "poupar" 50 milhões de euros por ano, mas, ao mesmo tempo que "poupam", dão 12 mil milhões de euros aos bancos», lê-se na subscrição, onde se faz contas: «Se aplicassem esse dinheiro para o bem do País e dos estudantes, chegaria para manter o passe social durante mais 240 anos».