Cuba repõe a verdade

Em resposta à campanha mediática desencadeada contra Cuba a propósito da morte do preso de delito comum Wilman Villar Mendonza, o Granma, órgão central do Partido Comunista de Cuba, lamentou o «aproveitamento sem escrúpulos» de um acontecimento que «só no caso de Cuba se converte em notícia de repercussão internacional».

No editorial publicado segunda-feira, esclarece-se que o denominado «preso político cumpria uma pena de quatro anos aplicada na sequência de um processo justo, relativo à agressão brutal que infligiu à sua esposa», após a qual «agrediu polícias e resistiu violentamente à detenção».

A morte de Wilman Mendonza, explica o Granma, deveu-se a uma «falência múltipla associada a um processo infeccioso do aparelho respiratório, isto apesar de ter recebido toda a assistência médica necessária no principal centro hospitalar de Santiago de Cuba». Por isso, o diário sublinha que a campanha é movida com um claro intuito político, pretendendo apresentar uma suposta deterioração dos direitos humanos em Cuba.

O Grupo Prisa, a CNN, e todos os meios que reproduzem as suas informações, nem sequer se deram ao trabalho de confirmar os factos, acusa-se. Só depois de ter sido condenado é que Mendonza contactou com grupos denominados de dissidentes e com o objectivo de se furtar à justiça. Nunca esteve em greve de fome.

No texto, questiona-se igualmente por que é que as autoridades espanholas não qualificam a brutalidade da resposta policial ao chamado «movimento dos indignados» no seu país, ou a situação dos reclusos no território; nem investigam a morte de Tohuami Hamdaoui, preso de origem marroquina, falecido em Julho de 2011 clamando a sua inocência, na sequência de uma greve de fome na prisão de Truel.

Por que razão o governo chileno, que reagiu publicamente nos mesmos termos, não fala antes da violenta resposta aos estudantes que se manifestaram pacificamente por educação pública, gratuita e de qualidade, ou da «arbitrária Lei Antiterrorista que aplica aos mapuches em greve de fome?».

Por que é que os EUA, «país que ostenta um pobre recorde em matéria de direitos humanos, tanto dentro do seu território como no mundo», não falam das torturas e detenções arbitrárias em cenários de guerra e não só; ou dos três prisioneiros que morreram recentemente, sem qualquer assistência de emergência, em consequência de uma greve de fome na Califórnia; da execução por enforcamento de Troy Davis, apesar dos «evidentes erros judiciais» do seu processo; ou ainda dos 90 prisioneiros executados desde Janeiro de 2010 e dos 3222 reclusos que aguardam no corredor da morte?, pergunta-se



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