O dia 8 será marcado por iniciativas de luta

«O dia desgraçado»

A Co­missão de Utentes Contra as Por­ta­gens na A25, A24 e A23 vai re­a­lizar ac­ções de pro­testo no dia 8 de cada mês, para as­si­nalar «o dia des­gra­çado» em que foram in­tro­du­zidas por­ta­gens na­quela re­gião, entre Vila Real e Cas­telo Branco.

Esta de­cisão do Go­verno é um de­sastre para a re­gião

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Re­corde-se que as por­ta­gens nas an­tigas SCUT (auto-es­tradas sem custos para o uti­li­zador) da Beira In­te­rior (A23), do In­te­rior Norte (A24) e da Beira Li­toral/​Beira Alta (A25) co­me­çaram a ser co­bradas a 8 de De­zembro do ano pas­sado.
Em de­cla­ra­ções à Lusa, o porta-voz da co­missão, Fran­cisco Al­meida, contou que foi de­ci­dido, em reu­nião, as­si­nalar este dia nos quatro dis­tritos ser­vidos pelas auto-es­tradas, no­me­a­da­mente Viseu, Cas­telo Branco, Vila Real e Guarda.
«Para já estão pro­gra­madas para 8 de Fe­ve­reiro e 8 de Março ini­ci­a­tivas de luta e de pro­testo contra as por­ta­gens, as­si­na­lando esse dia des­gra­çado para esta vasta re­gião que vai de Vila Real a Cas­telo Branco», contou.
A 8 de Fe­ve­reiro, a co­missão irá apelar aos con­du­tores de em­presas e par­ti­cu­lares que cir­culem «por aquilo que o Go­verno deixou como al­ter­na­tiva», afirmou. As «des­gra­çadas al­ter­na­tivas» pro­postas aos con­du­tores neste dia serão: Viseu-Vou­zela pelo que resta do Iti­ne­rário Prin­cipal (IP) 5, Guarda-Bel­monte pela Es­trada Na­ci­onal (EN) 18, Al­vendre-Guarda pelo IP5, Cas­telo Novo-Cas­telo Branco pela EN18, Régua-Vila Real pela Es­trada Mu­ni­cipal 323, Chaves-Vi­dago pela EN2 e Ca­çador-Man­gualde pela EN16.
«Vamos apelar às pes­soas para que não cir­culem nestas auto-es­tradas, que não pa­guem por­ta­gens e cir­culem por fora, sempre que pu­derem», ex­plicou Fran­cisco Al­meida, acres­cen­tando que há per­cursos onde isso é «pra­ti­ca­mente im­pos­sível», como «ir de Vou­zela a Al­ber­garia pela EN16», des­cendo o Vale do Vouga.
Para 8 de Março foi mar­cada nos quatro dis­tritos uma re­colha de as­si­na­turas que in­te­grarão uma es­pécie de «livro de re­cla­ma­ções», a en­viar aos ór­gãos de so­be­rania.
«Será um do­cu­mento com for­mato de um livro de re­cla­ma­ções. Ape­la­remos às pes­soas para que as­sinem, re­cla­mando junto do Go­verno, da As­sem­bleia da Re­pú­blica e do Pre­si­dente da Re­pú­blica contra esta falta de al­ter­na­tivas a estas auto-es­tradas», jus­ti­ficou.


De­sastre para a re­gião


Ficou ainda agen­dado para dia 24 de Fe­ve­reiro um «bu­zinão» na ci­dade de Viseu, contra a in­tro­dução de por­ta­gens das duas auto-es­tradas que a servem, no­me­a­da­mente a A25 e a A24.
«Nós acre­di­tamos que esta de­cisão do Go­verno é um de­sastre para a re­gião e não é uma boa so­lução até do ponto de vista fi­nan­ceiro da re­colha de re­ceitas por parte do Es­tado», disse Fran­cisco Al­meida.
Isto porque, se­gundo o res­pon­sável, «todos os em­pre­sá­rios falam numa re­dução da ac­ti­vi­dade eco­nó­mica na re­gião e até em des­pe­di­mentos, em con­sequência da in­tro­dução de por­ta­gens», o que re­sul­tará «numa re­dução da ac­ti­vi­dade eco­nó­mica, menos im­postos co­brados» e no pa­ga­mento de mais sub­sí­dios de de­sem­prego.
Por outro lado, «o Es­tado ima­gi­nava ar­re­cadar di­nheiro com a in­tro­dução de por­ta­gens, mas vai ar­re­cadar muito menos, porque a cir­cu­lação nas auto-es­tradas re­duziu dras­ti­ca­mente», acres­centou.
Fran­cisco Al­meida mos­trou-se con­fi­ante na adesão das pes­soas às ini­ci­a­tivas, à se­me­lhança do que tem acon­te­cido nas an­te­ri­ores.


Novas ac­ções de luta em Fe­ve­reiro, Março e Abril

Agra­va­mento ex­po­nen­cial do de­sem­prego

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Já a Comissão de Utentes da Via do Infante (A22) quer chegar às 100 mil assinaturas com uma petição contra as portagens a entregar na Assembleia da República.
Um mês depois da introdução de portagens no Algarve, confirma-se o que a Comissão de Utentes tinha alertado: o trânsito da A22 passou a confluir, na sua grande parte, para a EN 125. A mudança, «transforma esta via num autêntico inferno para os utentes, com filas a perder de vista e em marcha lenta, diversos acidentes rodoviários e até algumas mortes já registadas».
Segundo os utentes, «está em marcha o agravamento exponencial do desemprego e a falência anunciada de muitas empresas no Algarve, visto não aguentarem o custo das portagens e a EN 125 não constituir qualquer alternativa viável».
Neste sentido, a Comissão de Utentes vai realizar três marchas lentas nos meses de Fevereiro, Março e Abril, nas estradas do Algarve. Uma decisão tomada no sábado após uma assembleia pública de utentes que reuniu cerca de 50 pessoas em Faro, entre os quais o secretário-geral da Federação Nacional de Associações de Transportes de Espanha (Fendismer), Juan António Jáldon, que admitiu que os transportes espanhóis «ponderam juntar-se aos protestos».
No encontro ficou decidida a realização de marchas lentas a 3 de Fevereiro na zona do Barlavento algarvio, em Março em Vila Real de Santo António e Castro Marim, abrangendo a Ponte Internacional do Guadiana, e em Abril entre Faro e a rotunda do aeroporto da capital algarvia.



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Em defesa da Saúde

Por todo o País, os utentes lutam contra a po­lí­tica do Go­verno, que põe em risco a Saúde pú­blica. Para hoje, às 18 horas, na Praça do Sal­danha, em Lisboa, está pre­vista uma grande ma­ni­fes­tação em de­fesa do Ser­viço Na­ci­onal de Saúde (SNS).