Encerramento de serviços
No dia 20 de Dezembro realizou-se em Montalvo, concelho de Constância, uma vigília para reclamar a manutenção do posto de Saúde e protestar pela falta de médicos.
Com cerca de 1300 utentes e sem médico de família há dois anos, a Extensão de Saúde de Montalvo disponibiliza atendimento médico duas tardes por semana. Nos restantes dias os serviços médicos só podem ser obtidos no Centro de Saúde de Abrantes, a 10 quilómetros de distância, uma situação que não agrada à população.
Em comunicado, a Câmara de Constância manifestou «profunda indignação» pelas condições da prestação dos cuidados de Saúde, a que se soma o facto de também não haver neste equipamento, desde Setembro, cuidados de enfermagem. «Face a esta situação, os doentes têm de deslocar-se à sede do concelho para obter cuidados de enfermagem e a Abrantes para terem consulta médica de recurso», lê-se na nota.
«A falta de respostas concretas por parte das entidades ligadas ao Ministério da Saúde para suprimir as dificuldades sentidas pela população e a ameaça de não ser possível contratar ou renovar contratos de trabalho de médicos, enfermeiros e administrativos a partir de 31 de Dezembro poderá levar ao encerramento da Extensão de Saúde de Montalvo», alerta ainda a Câmara.
Também em comunicado, a Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo (CUSMT) alertou para o «perigo» de muitas extensões de Saúde da região encerrarem a 1 de Janeiro, nomeadamente nos concelhos de Abrantes, Ourém, Torres Novas e Alcanena. A CUSMT critica, de igual forma, o aumento das taxas moderadoras, que visam limitar o acesso às urgências hospitalares, sendo uma medida «hipócrita», uma vez que não há cuidados de Saúde de proximidade suficientes.