Uma voz insubstituível
Intervindo nas empresas e locais de trabalho através das suas células, o PCP é uma voz necessária à defesa dos direitos e à dura luta que se trava contra a exploração e o empobrecimento.
Mais importante do que o Partido ir às empresas é estar lá
Na mais recente edição do seu boletim, O Faísca, a célula do PCP na Autoeuropa assinala os 20 anos de existência da empresa. Anos que, realça, foram de «árduo trabalho, de compromisso com os objectivos e resultados da empresa, mas também de reivindicação e luta por melhores condições de vida».
Para os comunistas, se algumas conclusões se podem tirar deste percurso de duas décadas, uma delas é seguramente a de que os «resultados que hoje permitem aos responsáveis da administração apresentarem com satisfação uma empresa de grande sucesso aos mais variados níveis devem-se sobretudo e principalmente ao grande colectivo que durante todo este já longo caminho deu garantias de grande capacidade e competência.» Os trabalhadores, garante a célula, são os «grandes obreiros» da Autoeuropa.
Mas não só pelo seu desempenho profissional merecem os trabalhadores da empresa elogios. «Não podemos esquecer – prossegue O Faísca – que, em ocasiões diversas, os trabalhadores enfrentaram ataques aos seus direitos, assim como ameaças de desemprego e lay-off, tentativas de alargamento dos seus horários de trabalho, etc. Enfrentaram-nas e decidiram e hoje podemos dizer que tomaram as decisões acertadas.»
Os comunistas da Autoeuropa deixaram ainda um recado ao primeiro-ministro, que os apresentou recentemente como modelo: «Em relação ao horário de trabalho, nós rejeitámos aquilo que o Governo pretende aplicar aos trabalhadores portugueses.» A célula do Partido está ainda certa de que os trabalhadores da empresa saberão o caminho que pretendem percorrer e que continuarão reivindicativos e firmes na defesa dos seus interesses de classe.
Travar a privatização
Num comunicado tornado público esta semana, o Secretariado da célula do Partido na Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP) contesta a reestruturação da rede que está prevista. Para os comunistas, trata-se de «mais uma brutal redução de carreiras, ligações e serviços».
Mas o PCP vai mais longe e garante que «menos carreiras e menos serviços significa também menos trabalhadores». Para a célula, a reestruturação é uma boa justificação para o Governo e a administração avançarem com a redução dos postos de trabalho.
Rejeitando o argumento de que as empresas públicas são deficitárias, os comunistas lembram que se assim fosse ninguém concorreria à sua privatização, pois «ninguém quer uma empresa deficitária». O que a administração pretende é acabar com os direitos dos trabalhadores, apostar apenas em carreiras rentáveis e, se os trabalhadores deixarem, «acaba-se com os salários justos» e com os direitos e impõe-se horários desregulados.
Os comunistas consideram que, hoje, os trabalhadores dos STCP «precisam de perceber melhor todo o alcance dos ataques que a empresa foi desferindo sobre os direitos e a contratação colectiva e como se foram destruindo vários locais de trabalho» e necessitam também de estar atentos aos testas de ferro dos interesses privados, ou candidatos a tal, que andam pela STCP. «Aos trabalhadores, apenas e só, interessa defender a STCP como empresa pública, bem gerida e que cumpra a sua razão de ser – prestar um serviço público à população que reside e trabalha e visita a Área Metropolitana do Porto.»