Reformados contra cortes
Promovida pelo Movimento Unitário de Reformados, Pensionistas e Idosos (MURPI), no dia 10 de Dezembro terá lugar, em Lisboa, uma grande manifestação contra o «pacto de rapina» da troika, assinado pelo PS, PSD e CDS, e o Orçamento do Estado para 2012, que impõe medidas violentas de austeridade a pretexto da «situação de emergência nacional».
Esta uma decisão tomada no Encontro Nacional das Associações de Reformados, que se realizou, no dia 22 de Outubro, na Baixa da Banheira, Moita. «A grave situação social e económica portuguesa, consequência de opções políticas de desastre nacional que conduziram ao pedido de empréstimo a juros elevados e escandalosos e à submissão ao pacto de rapina da troika, não resultou de excesso de direitos dos trabalhadores e dos reformados, nem resulta que os mesmos tenham vivido acima das suas possibilidades», lê-se na resolução do Encontro, onde se rejeita, por exemplo, «os cortes nos valores das reformas e no subsídio de Natal de 2011 e do roubo dos subsídios de Natal e de Férias em 2012 e 2013 aos pensionistas e trabalhadores da função pública».
Nesta importante iniciativa foi ainda aprovada uma «Carta dos avós aos netos», que fala do passado, do presente e do futuro. «A nossa experiência de vida e de luta, ontem jovens e hoje avós, diz-nos que o momento que o País vive é muito grave para as famílias portuguesas e, em especial, para o vosso futuro. Temos a responsabilidade de lançar um alerta aos nossos filhos e netos para o caminho de destruição do País: dos direitos políticos, laborais e sociais dos trabalhadores, das novas gerações e do povo português», sublinham os que viveram «num tempo de opressão e exploração» e que sabem bem «que é possível transformar o sonho em realidade».
«Muitos de nós, trabalhadores que fomos das fábricas, dos campos, das empresas de serviços, das forças armadas, pela luta organizada no plano político, social e cultural, estivemos no centro da luta que levou à queda do regime fascista e à construção de um País livre e democrático», recordam ainda os reformados.