Erros consecutivos
A propósito de debate da Política Agrícola Comum (PAC), a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) lembrou que as propostas da Comissão Europeia vêm no mesmo sentido de todas as anteriores reformas da PAC, «no sentido da destruição paulatina dos instrumentos de regulação do mercado e da produção, de que são exemplos as quotas leiteiras e os direitos de plantação da vinha».
As principais consequências destas más opções estratégicas traduzem-se na queda dos preços na produção, na intensificação dos modos de produção, na concentração da produção e no desaparecimento de milhares de pequenas explorações.
«Este já "velho" caminho de liberalização dos mercados e da produção só interessa às grandes empresas da distribuição e da comercialização que vivem da especulação e não produzem valor acrescentado na cadeia alimentar, como está comprovado pelo crescimento exponencial dos seus lucros nas últimas décadas», denuncia, em nota de imprensa, a CNA, lembrando que grande parte do orçamento da PAC serve essencialmente «para suportar preços abaixo dos custos de produção». «O mesmo será dizer, "subsidiar" matéria-prima barata para as grandes empresas e multinacionais, mas sem repercussão nos preços ao consumidor», acrescenta a Confederação.
No que respeita às ajudas comunitárias, a proposta agora divulgada demonstra, segundo a CNA, a pouca vontade das instituições europeias (Comissão, Conselho e Parlamento Europeu) em enfrentar os interesses de uma minoria de grandes explorações e em impor uma mais justa distribuição das ajudas.