Precariedade e trabalho ilegal

Uma praga que urge erradicar

A precariedade laboral que hoje atinge cerca de um milhão e 500 mil trabalhadores é uma «praga social», afirma o PCP, defendendo por isso que deve ser combatida e erradicada como foi o trabalho infantil, ou seja através de uma política incrementada pelo Estado.

Nesse sentido apontava o Programa Nacional de Combate à Precariedade e ao Trabalho Ilegal, a par da criação de uma Comissão Nacional com o mesmo fim, propostos pela bancada comunista em diploma recentemente inviabilizado com os votos contra da maioria PSD-CDS/PP e do PS.

Tratava-se, por via daquelas duas medidas, de gerar uma dinâmica que conduzisse a uma forte sensibilização social capaz de enfrentar este grave problema.

Foi esse objectivo essencial que a deputada comunista Rita Rato deu a conhecer, em plenário, na apresentação do diploma da sua bancada, submetido a debate conjuntamente com uma petição sobre a mesma matéria da iniciativa da organização juvenil da CGTP-IN, Interjovem.

Petição esta que, aliás, assumiu o carácter de verdadeira jornada de luta em defesa do emprego com direitos. Os mesmíssimos objectivos pelos quais milhares e milhares de trabalhadores se batem um pouco por todo o País, como assinalou Rita Rato, que não perdeu a ocasião para a todos saudar.

Trabalhadores que se mobilizam pela passagem a efectivos, como fazem os trabalhadores da Tyco em Évora, da Bosch e da Mabor em Braga, do Centro Comercial Fórum Algarve, do Hospital de Santa Maria e do Garcia de Orta, do Contact Center do Areeiro em Lisboa, do Contact Center da PT em Beja, do Parque Industrial da Autoeuropa, do Estaleiro da Lisnave-Mitrena, da Delphy em Castelo Branco, da Keyplastics na Marinha Grande, do CC Colombo e da Vodafone Lisboa, da CP em Santa Apolónia e no Rossio, do Contact Center da Optimus no Porto.

Trabalhadores que em vários casos, depois de persistentes e corajosas lutas, viram as suas justas reivindicações satisfeitas. Rita Rato deu exemplos, referindo, entre outros, os mais de 100 operários da Bosch que «passaram a efectivos porque ocupavam postos de trabalho permanente», sabendo que essa importante vitória só foi possível porque não baixaram os braços e lutaram dia após dia «pela estabilidade do emprego e da vida».

O mesmo aconteceu na CP, com a passagem a efectivos de 100 revisores em Lisboa ou com os seus colegas da CP Carga que conquistaram a integração nos quadros da empresa.

Como sublinhou a deputada do PCP, estas são importantes vitórias, mesmo que pequenas, funcionando como um estímulo e exemplo para quantos, no local de trabalho e fora dele, não se vergam à prepotência do patronato nem ao programa de agressão da troika assinado pelo PS, PSD e CDS/PP.



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