Lisboa

A luta ficou mais forte

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A luta saiu for­ta­le­cida e re­vi­go­rada de uma jor­nada que levou a Lisboa a in­dig­nação po­pular, pro­ve­ni­ente de um vasto ter­ri­tório, de Cas­telo Branco ao Al­garve.

Do Sal­danha aos Res­tau­ra­dores, du­rante toda a tarde de sá­bado, ma­ni­fes­taram-se as rei­vin­di­ca­ções dos tra­ba­lha­dores e das po­pu­la­ções, des­ta­cando-se em­presas e sec­tores onde se travam duras lutas pela ma­nu­tenção dos di­reitos e dos postos de tra­balho; pelo di­reito à con­tra­tação co­lec­tiva, em de­fesa de di­reitos ad­qui­ridos; por ser­viços pú­blicos aces­sí­veis e de qua­li­dade, contra as pri­va­ti­za­ções.

À ca­beça da ma­ni­fes­tação, e antes do grupo de di­ri­gentes da cen­tral, se­guiram seis ca­miões da TNC e umas de­zenas de tra­ba­lha­dores da trans­por­ta­dora, em luta pela vi­a­bi­li­zação e pelos postos de tra­balho. No es­paço da In­ter­jovem ga­nhou re­alce o pro­testo contra a pre­ca­ri­e­dade e por tra­balho com di­reitos.

Ao longo do des­file, de­pois es­tru­tu­rado por dis­tritos, foi no­tada forte pre­sença de co­mis­sões de utentes, po­pu­la­ções e eleitos em con­ce­lhos e fre­gue­sias, com exi­gên­cias re­la­tivas, so­bre­tudo, a ser­viços de Saúde, mas também a trans­portes pú­blicos, es­colas, cor­reios. A pri­va­ti­zação da água foi lar­ga­mente re­pu­diada, bem como o au­mento das rendas em bairros so­ciais.

Des­ta­caram-se tra­ba­lha­doras e tra­ba­lha­dores que têm es­tado en­vol­vidos em lutas mais re­cen­te­mente, casos da ex-Mundet, da Au­to­eu­ropa, da Amarsul, Va­lorsul, Bon­vida Por­ce­lanas, Kemet, Hotel Mon­te­choro, Aca­dé­mica da Ama­dora, Scot­turb, Se­curit, Eu­ropa-Amé­rica, Dan Cake e su­per­mer­cados.

Em Lisboa e Se­túbal, mos­traram-se faixas e car­tazes iden­ti­fi­cando tra­ba­lha­dores da EDP, da Pe­trogal, da PT, dos CTT, da banca e se­guros, dos trans­portes, da Saúde. Em pra­ti­ca­mente todos os dis­tritos mar­caram forte pre­sença tra­ba­lha­dores das au­tar­quias lo­cais e da Função Pú­blica, mas também pro­fes­sores e en­fer­meiros. Vá­rias or­ga­ni­za­ções re­gi­o­nais e lo­cais da Inter-Re­for­mados e do MURPI trans­por­taram as pre­o­cu­pa­ções de re­for­mados, pen­si­o­nistas e idosos, lem­brando que a po­lí­tica de di­reita sig­ni­fica mais po­breza e mi­séria para esta ca­mada so­cial.

Também iden­ti­fi­cados por faixas e car­tazes des­fi­laram tra­ba­lha­dores de co­o­pe­ra­tivas de con­sumo, do sector têxtil, pes­ca­dores, agri­cul­tores, mi­neiros, tra­ba­lha­dores das artes e da cul­tura e fun­ci­o­ná­rios de can­tinas e re­fei­tó­rios, pe­quenos e mé­dios em­pre­sá­rios.

O Mo­vi­mento dos Tra­ba­lha­dores De­sem­pre­gados re­clamou pro­tecção so­cial para o cres­cente nú­mero de por­tu­gueses atin­gidos por esta cres­cente chaga so­cial.

O Mo­vi­mento De­mo­crá­tico de Mu­lheres re­clamou o «fim às agres­sões e de­si­gual­dades». A luta contra a guerra, re­cla­mando «Paz sim!», foi enal­te­cida pelos ac­ti­vistas do Con­selho Por­tu­guês para a Paz e Co­o­pe­ração. A As­so­ci­ação Con­quistas da Re­vo­lução e a União de Re­sis­tentes An­ti­fas­cistas de Por­tugal aler­taram para a des­truição de con­quistas al­can­çadas com o 25 Abril de 1974.

Todos ga­ran­tiram que en­vi­darão es­forços para que o pro­testo se in­ten­si­fique, por uma efec­tiva po­lí­tica de es­querda, que sal­va­guarde di­reitos, a li­ber­dade, a de­mo­cracia e a so­be­rania na­ci­onal.



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