Em debate nas Nações Unidas

Reconhecimento do Estado da Palestina

Uma bandeira palestiniana gigante está desde dia 12 exposta junto à sede das instituições europeias em Bruxelas, para pressionar a União Europeia a reconhecer o Estado da Palestina na Assembleia-geral da ONU que anteontem começou em Nova Iorque.

EUA afirmam que usarão direito de veto no Conselho de Segurança

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O reconhecimento do Estado Palestiniano é o principal tema fora da agenda da Assembleia-geral e está a mobilizar os esforços de activistas e forças políticas em todo o mundo que se batem pelo legítimo direito do povo palestiniano ao seu próprio Estado – de resto há muito reconhecido pelas Nações Unidas, embora inconsequentemente –, como é o caso do PCP, que ainda dia 13 entregou na Assembleia da República um projecto de resolução defendendo que Portugal reconheça a Palestina como Estado soberano e independente e defenda essa posição no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

A bandeira de 300 metros quadrados instalada em Bruxelas – uma iniciativa da organização não-governamental internacional Avaaz – tem uma inscrição elucidativa: «913 171 pessoas pedem à UE: reconheçam a Palestina». Trata-se do número de assinaturas já recolhidas pela petição disponibilizada por aquela ONG na Internet, numa altura em que a posição dos 27 arrisca ser, mais uma vez, de submissão aos ditames dos EUA e de Israel.

De acordo com Michael Mann, porta-voz da chefe da diplomacia da UE Catherine Ashton, «a única solução para a crise entre Israel e a Palestina é um acordo negociado entre as duas partes e dois estados capazes de viverem lado a lado». Há que convir que «crise» não será certamente a melhor definição da sangrenta e longa ocupação da Palestina por Israel, tal como falar de «acordo negociado» só pode ser uma piada de mau gosto. Tal como o facto de Mann, para fugir ao essencial, se escudar na formalidade, dizendo que «de momento não há qualquer resolução sobre a mesa e não podemos reagir a uma resolução que não existe». Eis a posição oficial da UE.

A Autoridade Palestiniana vai apresentar o pedido de adesão à ONU no próximo dia 20.

A questão não levanta problemas à Rússia, que reconhece a Palestina desde 1968. Para Vitali Tchurkin, embaixador russo nas Nações Unidas, numa entrevista ao canal televisivo Rossia-24, citado pela Lusa, para apresentarem o pedido de adesão à ONU os palestinianos necessitam de ter a «recomendação do Conselho de Segurança, mas aqui a principal dificuldade reside em que os EUA não escondem que empregarão o direito de veto a essa resolução». Outra consiste na aprovação pela Assembleia-geral da ONU de uma resolução sobre a elevação do estatuto da Palestina nas Nações Unidas, actualmente de observador, para «país observador não membro».



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