A visita, acompanhada por dirigentes locais e regionais do Partido e eleitos comunistas nos órgãos do poder local do concelho, iniciou-se no pavilhão do PCP no recinto daquela tradicional festa popular.

Jerónimo de Sousa defendeu que o Governo não deve cancelar os diversos projectos anunciados para o distrito de Setúbal, porque a região e o País precisam dessas infraestruturas, numa perspectiva de desenvolvimento. O comentário foi suscitado pelos jornalistas que acompanharam a visita, a propósito da recente decisão do Governo de extinguir a Sociedade do Arco Ribeirinho Sul e do previsível adiamento, ou cancelamento, de outros investimentos. Estão em causa, designadamente, a terceira travessia do Tejo, o novo aeroporto de Lisboa, o TGV e as obras relacionadas com a circular regional interna da península de Setúbal.

O dirigente comunista admitiu que, perante a situação concreta do País, com dificuldades económicas, possam ocorrer processos de faseamento, mas rejeitou a liquidação de tais possibilidades de desenvolvimento e insistiu na concretização daquelas infraestruturas, no tempo que for possível e necessário.

A alteração da posição do PSD, em relação à construção da ligação por TGV entre Lisboa e Madrid, foi classificada como caricata. Depois de aquele partido ter feito uma campanha eleitoral a diabolizar o TGV, vem agora fazer marcha-atrás e admitir a sua construção.

A agência Lusa relata ainda uma observação de Jerónimo de Sousa acerca das críticas de diversas personalidades do PSD face ao mais recente aumento de impostos anunciado pelo Governo e que poderão atingir também esses «críticos». Semelhantes alertas, vindos do PSD, são mais para ajudar do que para prejudicar o PSD, disse o Secretário-geral, recordando que Marcelo Rebelo de Sousa chegou a reconhecer que, mesmo quando não parece, está sempre a favorecer o PSD, nas suas intervenções como comentador de serviço numa qualquer televisão.

Advogados

A Associação Académica da Faculdade de Direito de Lisboa, recebida anteontem no grupo parlamentar do PCP, criticou a intenção do bastonário da Ordem dos Advogados de bloquear o acesso de recém-licenciados ao exercício da profissão. No final de uma reunião com o deputado comunista João Oliveira, o presidente da associação disse à agência Lusa que a política de António Marinho Pinto afecta as cerca de 400 pessoas que todos anos se licenciam pela Faculdade de Direito de Lisboa. A crítica é apontada à intenção de Marinho Pinto de alterar os estatutos da Ordem dos Advogados e criar um exame de acesso à profissão, mudança que teria que passar pela Assembleia da República.