Transportes ferroviários

PSD prossegue a política do PS

O Partido Ecologista «Os Verdes» (PEV) questionou, na semana passada, o primeiro-ministro, no âmbito do debate sobre o programa do Governo, sobre a possibilidade de encerramento de mais linhas ferroviárias e também sobre os compromissos que Passos Coelho assumiu durante a campanha eleitoral de reavaliar a questão da Linha do Tua.

Face ao que está escrito no programa do Governo sobre esta matéria e considerando o que foi divulgado na comunicação social sobre um documento da autoria do Governo anterior dirigido à troika, onde eram reveladas as intenções de encerrar cerca de 800 quilómetros de vias ferroviárias, a deputada ecologista, Heloísa Apolónia, exigiu que o actual primeiro-ministro clarificasse o significado do «redimensionamento» da rede ferroviária (expressão utilizada no programa do Governo) e questionou se esse redimensionamento significa mais encerramentos de linhas, num país em que já é evidente o défice ferroviário existente.

A deputada alertou ainda para os perigos da privatização de linhas e as consequências da mesma para os passageiros e para a prestação de um serviço público de transportes, fundamental para o País.

«Da escassa resposta de Passos Coelhos, apenas fica claro que o novo Governo pretende prosseguir com as intenções de privatização de linhas férreas, dando continuidade ao programa da troika e às intenções do anterior Governo, sujeitando os portugueses ao aumento das tarifas e a uma degradação do serviço e da segurança ferroviária, tal como se pôde verificar em Inglaterra aquando da privatização dos transportes ferroviários», salienta, em nota de imprensa, o PEV.

 

Crime contra o desenvolvimento

 

Em nota à comunicação social, a Direcção de Organização Regional de Leiria do PCP manifestou-se contra o encerramento, entre outras, da Linha do Oeste, como forma de reduzir a despesa pública. «A concretizar-se esta medida, estamos em presença de um manifesto atentado contra o desenvolvimento da região do Oeste e de um agravamento das condições de vida das suas populações», acusam os comunistas, lembrando que encerrar 127 quilómetros da Linha do Oeste, entre o Louriçal e Torres Vedras, como é definido na proposta da troika, significa deitar por terra todas as potencialidades que este eixo ferroviário tem e que até agora não foram devidamente aproveitadas. Basta ter em conta que este atravessa uma região do território nacional com grande densidade populacional.»

Para os comunistas, o encerramento da Linha do Oeste representa um «novo contributo para o isolamento das diversas localidades e respectivas populações e penaliza o desenvolvimento económico desta região», e significa «mais despedimentos na CP e na REFER e o subsequente aumento do desemprego».



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