Reestruturações lesivas
Na última Assembleia Municipal de Valongo, a CDU apresentou uma moção sobre os cortes nos transportes públicos introduzidos, recentemente, pela STCP (Sociedade de Transportes Colectivos do Porto) no concelho. A moção foi reprovada com o voto de qualidade do presidente da Mesa da Assembleia (PSD/CDS). Naquele órgão, foi ainda aprovada uma recomendação, da CDU, relativa ao prolongamento da carreira 94 da STCP até à zona da Ribeira/Pinheiro Manso, em Campo, de forma a que as populações locais sejam servidas por transporte público.
«A somar às reestruturações profundamente assentes em critérios economicistas feitas nos últimos anos com o objectivo de privatizar a prazo os sectores rentáveis da empresa, a STCP anunciou a concretização de um número significativo de cortes na sua oferta de autocarros», afirma a moção, que dá conta que os «cortes» incidem na «rede nocturna e na rede da madrugada» e afectam «carreiras que servem diversas freguesias do concelho de Valongo», implicando o «fim da carreira 6M (Aliados-Codiceira)», o «término da carreira 5M na Estação de Ermesinde, com o fim da ligação à zona da Travagem», o «término da carreira 7M em Valongo, com fim da ligação a Campo», e a «antecipação do horário de término das carreiras regulares da 1 hora para as 0 horas».
Estas alterações estão ainda em «contradição com a suposta missão da empresa em prestar “um serviço de transporte público urbano de passageiros na Área Metropolitana do Porto”». Neste sentido, o Grupo Parlamentar do PCP questionou, na semana passado, na Assembleia da República, o actual Governo PSD/CDS sobre o seu conhecimento desta situação e se concorda com esta grave redução do serviço público prestado pela STCP, perguntando também se estas medidas se enquadram na estratégia de privatização da empresa.