Austeridade poupa ricos

As mil pes­soas mais ricas da Grã-Bre­tanha pos­suem ac­tu­al­mente a soma co­lossal de 396 mil mi­lhões de li­bras (1 libra = a 1,15 euros), se­gundo apurou o jornal Sunday Times (07.05), cons­ta­tando que as drás­ticas me­didas de aus­te­ri­dade que se abatem sobre a mai­oria es­ma­ga­dora da po­pu­lação não atingem a oli­gar­quia do país.

Pelo con­trário, contas feitas, a sua for­tuna au­mentou em 18 por cento em 2010, ou seja acu­mu­laram mais 62,2 mil mi­lhões de li­bras, apro­xi­mando-se do valor má­ximo al­can­çado em 2008, quando eram de­ten­tores de um total de 413 mil mi­lhões de li­bras.

Por outro lado, se no ano pas­sado havia apenas 53 re­si­dentes bri­tâ­nicos com uma for­tuna igual ou su­pe­rior a mil mi­lhões de li­bras, hoje já são 73 os que fazem parte deste clube res­trito de mul­ti­mi­li­o­ná­rios.

Assim, ao mesmo tempo que os bri­tâ­nicos são con­de­nados ao de­sem­prego, à re­dução de sa­lá­rios, têm menor acesso aos ser­viços pú­blicos e pagam mais pela saúde e pela edu­cação, as elites ca­pi­ta­listas re­cu­peram ale­gre­mente da crise (qual crise?...).

Para tanto con­taram com os es­forços ab­ne­gados do an­te­rior go­verno tra­ba­lhista, que trans­feriu quase um bi­lião de li­bras (um mi­lhão de mi­lhões) para o sis­tema ban­cário, e agora com o pro­grama de aus­te­ri­dade da equipa de con­ser­va­dores e li­be­rais, que ameaça re­duzir os sa­lá­rios du­rante os pró­ximos quatro anos.

O re­sul­tado não ofe­rece dú­vidas: os tra­ba­lha­dores fi­carão mais po­bres para que os ricos en­ri­queçam. Mais evi­dente ainda é o ca­rácter pa­ra­si­tário deste en­ri­que­ci­mento, uma vez que, neste pe­ríodo, não se prevê qual­quer me­lhoria na eco­nomia. Se­gundo o Ins­ti­tuto Na­ci­onal de In­ves­ti­gação Eco­nó­mica e So­cial, a pro­dução bri­tâ­nica não re­cu­pe­rará o nível an­te­rior à crise nos pró­ximos três anos.

Não sur­pre­ende pois que na lista dos mais ricos fi­gure um grande nú­mero de fi­nan­ceiros, ne­go­ci­antes em ma­té­rias-primas e ou­tros in­ves­ti­dores em ac­ti­vi­dades es­pe­cu­la­tivas. O caso do fi­nan­ceiro Nat Roths­child é ilus­tra­tivo de que a es­pe­cu­lação com­pensa: em apenas um ano a sua for­tuna pes­soal au­mentou mil mi­lhões de li­bras!



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