Maioria flamenga branqueia colaboracionistas
Uma maioria de representantes no Senado belga aprovou, dia 12, contra a minoria francófona, uma proposta apresentada pelo partido de extrema-direita, Vlaams Belang, que preconiza a anulação das condenações contra os colaboracionistas belgas com os ocupantes nazis, durante a II Guerra Mundial.
O texto não só põe em causa os actos de traição julgados aquando da libertação como trata os condenados como vítimas da «repressão do pós-guerra». Os partidos francófonos insurgem-se contra a ideia «escandalosa», acusando os seus promotores de pretenderem «reescrever a história».
Em resposta, o ministro cristão-democrata da Justiça, Stefaan De Clerck alegou ainda que os crimes contra a humanidade não prescrevem, sendo por isso necessário rever as condenações efectuadas na Bélgica, a seguir à libertação, quando foram julgadas cerca de 57 mil pessoas por colaboracionismo com os nazis.
Associações militares, de antigos combatentes, bem como representantes da comunidade judaica condenaram de imediato estes propósitos da extrema-direita belga.