Governo insensível
O Movimento de Utentes dos Serviços Públicos (MUSP) manifestou, em nota de imprensa, o seu «firme repúdio» e «oposição» às medidas anunciadas por diversos hospitais que estão a pedir aos doentes internados, ou aos seus familiares, que levem para o interior dos mesmos medicamentos, fraldas e leite. Para o MUSP, tais situações são um exemplo claro da insensibilidade do Governo face aos problemas e dificuldades das famílias portuguesas, optando por beneficiar os grandes grupos económicos através de políticas anti-sociais e de direita.
Na semana passada, as Comissões de Utentes do Distrito de Santarém aprovaram uma moção, dirigida à ministra da Saúde, onde reclamam mais médicos de clínica geral e medicamentos mais baratos. O documento, aprovado por unanimidade, defende «respostas claras e eficazes» para os problemas que afectam os utentes e exige a colocação de mais médicos, enfermeiros e outros profissionais, o fim do encerramento de serviços e unidades de saúde, transporte para os doentes, medicamentos mais baratos e reabertura das unidades encerradas.
Na mesma semana, com a presença e solidariedade dos deputados comunistas António Filipe e Paula Santos, largas centenas de utentes participaram em concentrações de protesto à porta dos centros de saúde de Almeirim, Torres Novas e Constância – os que apresentam situações mais dramáticas de carência na assistência às populações.
Luís Antunes, da Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo, presente na concentração realizada em Constância, disse, em declarações à Lusa, que a situação que «dezenas de milhar» de pessoas enfrentam na área da saúde no distrito é «dramática, impensável e inadmissível», com «muitos doentes de risco e crónicos sem acompanhamento médico».