16.º Congresso da FSM

Unidade de classe e luta*

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Atenas recebeu, entre os dias 6 e 10 de Abril, o 16.º Congresso da Federação Sindical Mundial, assembleia magna que reuniu mais de 800 delegados oriundos de 105 países e elegeu os novos órgãos directivos da internacional sindical de classe. George Mayrikos (da PAME da Grécia), Muhammad Shaaban Azouz (da Síria), e um novo e alargado Conselho Presidencial foram eleitos por unanimidade.

Recordando os desafios da FSM durante a segunda metade dos anos 90 – quando forças reformistas tentaram dissolver a internacional sindical – e o papel de várias organizações sindicais árabes, asiáticas, africanas e latino-americanas na preservação da FSM, e o histórico Congresso realizado em Havana, Cuba, no qual foram aprovadas orientações que levaram a um importante crescimento orgânico, de actividade, e coordenação da FSM, o 16.º Congresso aprovou a resolução e sublinhou a determinação em continuar o trabalho de fortalecimento da organização de lutas sectoriais, regionais e mundiais, a luta pela paz e contra o imperialismo, e acções coordenadas como a agendada já para o próximo dia 7 de Setembro.

Ao Congresso, foi ainda dado a conhecer o balanço dos progressos da FSM ao nível orgânico, nomeadamente o aumento das suas Uniões Internacionais Sindicais (UIS), tendo sido fundadas quatro novas UIS nos sectores Metalúrgico e Minas, Hotelaria e Turismo, Transportes, e Banca e Finanças, as quais se juntam às existentes nos sectores da Energia, Agricultura, Alimentação, Comércio, Têxteis e Indústrias, Construção, Madeiras e Indústrias de Materiais de Construção, Serviços Públicos e dos Professores.

Desde o último Congresso da FSM aumentou igualmente o número de organizações filiadas, com a entrada de 89 novas estruturas. A FSM representa agora um total de 210 organizações sindicais em 120 países, e 78 milhões de trabalhadores

 

Optimistas quanto ao futuro

 

Em testemunho recolhido pelo nosso camarada André Levy no final do 16.ª Congresso, o reeleito secretário-geral George Mayrikos manifestou-se, simultaneamente optimista e realista quanto ao futuro da FSM, destacando a presença de mulheres e jovens entre os delegados à reunião e a suas disposição para a luta.

«Claro que há problemas de organização e também ao nível político», mas para George Mayrikos o importante é salientar os progressos muito positivos desde o último Congresso, em Havana, em 2005.

O secretário-geral da FSM enviou ainda uma forte saudação aos «trabalhadores portugueses, aos amigos da CGTP-IN, e aos militantes e dirigentes do Partido Comunista Português», expressando votos «para que obtenham vitórias nas suas lutas».

«Temos grande respeito pelos militantes de classe portugueses, e reconhecemos a importâncias das lutas que têm travado», concluiu.

 

CGTP presente

 

A Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP) fez-se representar no Congresso da FSM, na qualidade de observador, por uma delegação composta por Arménio Carlos, Fernando Gomes e Graciete Cruz, todos membros da Comissão Executiva da central sindical.

De acordo com informação divulgada no seu sítio na Internet, no quadro do Congresso, a CGTP participou ainda na 10.ª Conferência da estrutura regional europeia da FSM.

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* Notícia elaborada com informações recolhidas por André Levy em Atenas

 



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