Nos países árabes

Protestos alastram

Animados pelas movimentações de massas na Tunísia e no Egipto, milhares de pessoas protestam, de Marrocos a Oman, contra os regimes políticos vigentes e por melhores condições de vida.

Na Argélia, cerca de 10 mil polícias saíram segunda-feira às ruas da capital, Argel, para exigirem aumentos salariais, protesto realizado dois dias depois de milhares de argelinos terem desafiado a proibição das autoridades.

No Bahrein, no domingo, enquanto o príncipe herdeiro apelava ao diálogo, milhares de pessoas exigiam a demissão do primeiro-ministro e a convocação de uma Assembleia Constituinte, iniciativa que repetiu os protestos de sexta-feira no país.

Já em Marrocos, as cidades de Rabat, Casablanca e Marraquexe foram, dia 6, palco de manifestações contra a ditadura, e no Iémen, a vaga de contestação não abranda apesar da repressão.

Em Oman, o sultão não é capaz de refrear a contestação, sobretudo na cidade portuária de Sohar e na capital Mascate, onde se exige reformas políticas, emprego e aumentos salariais, isto apesar do monarca ter prometido criar 50 mil postos de trabalho, considerar a ampliação dos poderes do parlamento e ter reformulado a composição do governo.

No mesmo sentido, no Kuwait, grupos de jovens agendaram para anteontem um protesto antigovernamental e pela liberdade no quarto maior produtor de petróleo do mundo, ao passo que na Arábia Saudita a revolta tem assumido contornos de greves para reivindicar salários e direitos embora as autoridades avisem que usarão todos os meios para impedir o alastramento das movimentações de massas.

No Iraque, o governo reprimiu com violência as acções de sexta-feira, dia 4, realizadas em 17 cidades do país, sobejando relatos de detenções e torturas por parte do executivo títere.

No Egipto, enquanto se prepara o referendo à Constituição, previsto para o próximo dia 19 de Março, milhares de pessoas invadiram, sexta-feira e sábado, os edifícios dos serviços de segurança interna com o objectivo de impedir a destruição de documentos, os quais, dizem, comprovam as atrocidades cometidas pelo regime de Mubarak.

Já no domingo, uma concentração frente ao Ministério do Interior foi atacada por um grupo de homens armados. O objectivo dos manifestantes era garantir que o governo interino cumpre a promessa de reforma dos serviços de Segurança e apuramento das responsabilidades sobre as torturas cometidas durante a ditadura.



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