90 anos de futuro
Com casa cheia e um caloroso ambiente de alegria e confiança, o PCP iniciou sexta-feira à noite, na Aula Magna da Universidade de Lisboa, a celebração do 90.º aniversário da fundação do Partido. Lembrando e honrando um passado glorioso, o comício-festa foi vigorosamente apontado às batalhas do presente e à construção de melhor futuro.
Nas lutas de hoje honra-se o passado
O programa que preencheu a noite de sexta-feira, na Aula Magna, excedeu os contornos habituais de um comício-festa, para esta ocasião muito especial, que reuniu quase milhar e meio de militantes comunistas de Lisboa e Setúbal, membros da Juventude Comunista Portuguesa, representações do Partido Ecologista «Os Verdes» e da Associação «Intervenção Democrática», e alguns outros democratas sem filiação partidária. Quando ocuparam os seus lugares no amplo auditório, muitos teriam já passado bons momentos de convívio com amigos e camaradas, teriam provado o grande bolo de aniversário que partilhava o átrio da entrada com a bem recheada banca da Editorial Avante!, e levavam na mão um rubro e fresco cravo. Ao que iam e com quanta determinação, mostraram-no logo no vibrante aplauso com que reagiram às primeiras palavras da apresentadora e no entusiasmo com que gritaram pela primeira vez a sigla da noite: «PCP! PCP!»
O Coro Lopes-Graça da Academia dos Amadores de Música apresentou algumas das Heróicas, que marcam muita da história que partilha com o PCP, como recordou o maestro-assistente Ivo de Castro. No encore, o maestro José Robert dirigiu um imenso coro, com todo o auditório a cantar o refrão da Jornada, assegurando que «havemos de chegar ao fim da estrada, ao sol desta canção».
Poucos minutos depois, também todos ergueram a voz para sublinhar que «subirá sempre mais alto a bandeira comunista», no primeiro dos poemas, de Ary dos Santos e de Berthold Brecht, declamados do alto da galeria central pelos actores António Olaio e Fernando Casaca.
Mesmo a exibição de um vídeo-documentário, editado para esta ocasião, teve vários momentos sublinhados com aplausos, como as referências a Álvaro Cunhal, a Jerónimo de Sousa, à CGTP-IN ou à JCP.
Para o comício, a apresentação ficou a cargo de Hugo Garrido, do Comité Central do Partido. Ao palco, para presidirem ao acto, chamou camaradas da Direcção Nacional da JCP e das direcções das organizações regionais de Lisboa e Setúbal do PCP; Alice Carregosa e Armando Morais, da Comissão Central de Controlo do PCP; Armindo Miranda, Margarida Botelho, Paulo Raimundo, Vasco Cardoso, José Capucho, Luísa Araújo, Manuela Bernardino, Manuela Pinto Ângelo e Francisco Lopes, dos organismos executivos do CC; e, por fim, o secretário-geral do Partido.
Antes de Jerónimo de Sousa – cuja intervenção publicamos nestas páginas – intervieram Diana Gregório, da DN da JCP, e Ana Lourido, do Comité Central e da DORL do PCP. Foi nas referências às importantes lutas realizadas e às próximas jornadas que ambas suscitaram mais viva reacção de quem ali seguiu atentamente todos os discursos e certamente já tem o dia 19 de Março marcado na agenda, como próxima etapa do caminho iniciado por outros comunistas há 90 anos.