Povo exige mudança no Iémen

Milhares de manifestantes desfilaram, dia 3, nas ruas de Sana, capital do Iémen, exigindo a demissão do presidente, Ali Abdallah Saleh, no poder desde há 32 anos.

Os protestos, iniciados há duas semanas contra a carestia de vida em várias localidades do país, obrigaram o chefe de Estado a prometer medidas de carácter económico e uma transição política, anunciando, dia 2, que não pretende renovar o mandato.

Tal como noutros países, a agitação social no Iémen tem como causa primeira a degradação insuportável das condições de vida. Mais de 45 por cento dos 24 milhões de iemenitas vivem abaixo do limiar da pobreza, o que neste país significa menos de dois dólares por dia. O desemprego afecta 35 por cento da população.

Ao mesmo tempo, o Iémen dispõe de um subsolo rico em petróleo e gás, recursos cuja exploração garante actualmente cerca de 25 por cento do PIB.

Atento aos acontecimentos na Tunísia e no Egipto, Saleh respondeu aos manifestantes com um pacote de medidas que vão desde da redução de impostos ao aumento dos salários dos funcionários públicos ou ao alargamento da segurança social.

No parlamento, garantiu à oposição que não pretende recandidatar-se e que se opõe «à transmissão hereditária do poder», pondo assim cobro aos rumores de que estaria tentado a passar o cargo ao seu filho, Ahmad, chefe da Guarda Republicana, o corpo de elite do exército.

Saleh abriu ainda a porta a negociações com a oposição para a reforma do sistema político, mostrando-se disposto a adiar as legislativas de 27 de Abril e a formar um governo de unidade nacional.



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