Encontro marcado com o futuro
As eleições presidenciais, no seu contexto e temporalidade, não podem deixar de ser consideradas nas suas resultantes mais fundamentais e consequências contraditórias.
Por um lado, resultaram na vitória de Cavaco Silva, o que em si mesmo é mais um elemento claramente negativo na situação do País, um factor de ainda maior agravamento da política de direita e de radicalização da gula dos grandes senhores da especulação financeira, da exploração, da injustiça social, da rapina sistemática dos recursos do País e da venda a pataco da soberania nacional.
Por outro lado, a votação na candidatura de Francisco Lopes foi a confirmação factual de uma força relevante e distintiva e de um projecto realmente alternativo, que dá substância a uma proposta de ruptura efectiva e de mudança a sério – na política, na economia, no social, no cultural, no ambiental –, que se assume, cada vez mais, como instrumento determinante para abrir caminho a um Portugal com futuro.
Neste quadro esmagador de opressão e repressão económica, de preconceito, ocultação e mistificação informativa e ideológica, potenciado por novos truques e instrumentos, que se abate sobre os trabalhadores e o povo, para perpetuar o domínio da exploração, da resignação e do medo, o resultado eleitoral da candidatura do PCP é um elemento de determinação e confiança e uma força de natureza e significado ímpares para a impreterível continuação da luta.
Nem os séculos de opressão de classe, nem o rolo compressor das «inevitabilidades», nem as sondagens do cambalacho, nem os média da mentira e até da perseguição, nem a propaganda fascizante do «são todos iguais», nem as ameaças, aliciamentos e patranhas dos candidatos da política de direita – do Cavaco, do candidato do Governo PS e do BE, ou dos Nobres e Coelhos da mistificação populista das falsas alternativas que são o seguro de vida da política de direita, conseguem esconder esta grande força de transformação, de projecto e de luta, que se expressou no apoio à candidatura de Francisco Lopes.
A luta continua agora, nas acções contra a desgraçada política de direita do PS, do PSD e do PR Cavaco Silva. E na luta temos «encontro marcado» com todos os que hoje protestam e que no futuro estarão connosco na luta e no voto pela ruptura e a mudança.