Homenagem a António Vicente Campinas

Um escritor militante

O escritor comunista António Vicente Campinas foi homenageado, no dia 8 de Janeiro, em Vila Real de Santo António, por ocasião do centenário do seu nascimento.

A vida e obra do escritor foram evocadas numa cerimónia promovida pela Câmara Municipal, que decorreu na Biblioteca com o seu nome e que encheu completamente, podendo ver-se entre a assistência um numeroso grupo de dirigentes locais do PCP, seu partido de sempre. A homenagem, justa e merecida, constituiu uma oportunidade para muitos de conhecerem uma das facetas de Vicente Campinas, o intelectual entrosado na vida da comunidade, e revisitarem a sua imensa obra, que retratou a vida, as vivências e o trabalho na sua amada Vila Real de Santo António. Disso deram testemunho os oradores oficiais na sessão que, entretanto, esqueceram um «senão»: o que fez Vicente Campinas no seu todo, a sua dimensão humana e humanista, fruto dos seus ideais revolucionários. Vicente Campinas, na ponta da sua pena, sempre, sempre tomou partido por uns, os quase todos, os explorados e oprimidos, contra os outros poucos, os exploradores e opressores e o seu sistema económico e social, o capitalismo!

O que fez Vicente Campinas e o que sobressai da sua obra diz-nos que não foi apenas um espectador e relator da vida do seu tempo. Foi um homem com causas e, com a sua escrita militante, um activo lutador contra o fascismo, regime que oprimiu o povo português ao longo de quase meio século. Era militante do PCP, partido que abraçou desde jovem e que quis seu até à morte na sua vila sulina, terra de importantes lutas operárias, ao lado das quais sempre esteve. Uma militância que pagou caro, com a prisão e o exílio.

Na sessão de homenagem a António Vicente Campinas faltou, pois, este traço, um dos mais marcantes da sua personalidade e que eivou toda a sua obra, o de militante comunista, orgulhoso de o ser.

Vicente Campinas deixou uma extensa obra literária (mais de trinta títulos publicados), iniciada em 1937, com o livro de poesia «Aguarelas» e encerrada em 1990 com o volume de narrativas «O Azul do Sul é Cor do Sonho», para além de múltipla colaboração em jornais, revistas, e obras antológicas.



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