Almoço em Almada com centenas de sindicalistas

A candidatura dos trabalhadores

Pela sua na­tu­reza e ob­jec­tivos, a can­di­da­tura de Fran­cisco Lopes pode muito jus­ta­mente ser con­si­de­rada a can­di­da­tura dos tra­ba­lha­dores. Esta ca­rac­te­rís­tica ficou clara no al­moço de sá­bado, em Al­mada, com cerca de 400 re­pre­sen­tantes dos tra­ba­lha­dores.

 

No al­moço es­ti­veram muitos dos que as­se­gu­rarão o êxito da greve geral

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Ne­nhuma outra can­di­da­tura po­derá re­a­lizar um al­moço como aquele que teve lugar, no dia 13, num res­tau­rante da Char­neca da Ca­pa­rica: a en­cher por com­pleto o salão es­ti­veram quatro cen­tenas de di­ri­gentes e ac­ti­vistas sin­di­cais, mem­bros de Co­mis­sões de Tra­ba­lha­dores e ou­tros re­pre­sen­tantes eleitos nas em­presas e lo­cais de tra­balho a de­mons­trar o seu apoio a Fran­cisco Lopes. Ou­tros, no ac­tivo ou re­ti­rados da mi­li­tância sin­dical quo­ti­diana, não po­dendo estar pre­sentes, en­vi­aram men­sa­gens que ali foram lidas (ver caixa).

Foi o pró­prio can­di­dato a va­lo­rizar, na sua in­ter­venção, a im­por­tância da ini­ci­a­tiva. Se­gundo Fran­cisco Lopes, tão sig­ni­fi­ca­tiva pre­sença de sin­di­ca­listas, mem­bros de CT e ou­tros re­pre­sen­tantes ex­pres­sava o com­pro­misso da sua can­di­da­tura com a va­lo­ri­zação do tra­balho e dos tra­ba­lha­dores, com a sua or­ga­ni­zação e luta. E ao mesmo tempo que tinha, por isso, um «im­por­tante sig­ni­fi­cado» cons­ti­tuía igual­mente um «enorme es­tí­mulo».

Aos pre­sentes, o can­di­dato ma­ni­festou apreço pela sua in­ter­venção diária «ao ser­viço dos tra­ba­lha­dores e do País» – uma in­ter­venção que, pros­se­guiu, é «in­dis­so­ciável dos ob­jec­tivos e dos com­pro­missos desta can­di­da­tura, a can­di­da­tura dos tra­ba­lha­dores». Ou não fosse o pri­meiro destes com­pro­missos com os va­lores de Abril, com tudo o que isso com­porta de con­quistas e avanços, ins­critos na Cons­ti­tuição da Re­pú­blica Por­tu­guesa – cuja de­fesa e efec­ti­vação de­veria ori­entar a acção do Pre­si­dente da Re­pú­blica.

Abor­dando mais apro­fun­da­da­mente os ob­jec­tivos e com­pro­missos da sua can­di­da­tura, Fran­cisco Lopes as­sumiu como eixo cen­tral «os tra­ba­lha­dores e seus in­te­resses de classe, e os di­reitos e as­pi­ra­ções do povo por­tu­guês». Ao mesmo tempo que con­si­derou o uso de «todos os di­reitos de or­ga­ni­zação, de acção e luta dos tra­ba­lha­dores» como uma «com­po­nente de­ter­mi­nante de trans­for­mação». Apro­vei­tando estar a falar a muitos dos que as­se­gu­rarão parte con­si­de­rável do êxito da greve geral, o can­di­dato apelou a que se faça do dia 24 de No­vembro o dia do «grande êxito da greve geral».

 

Afirmar um rumo al­ter­na­tivo

 

O rumo que a can­di­da­tura de Fran­cisco Lopes à Pre­si­dência da Re­pú­blica propõe as­senta, nas pa­la­vras do pró­prio can­di­dato, na «afir­mação do re­forço do apa­relho pro­du­tivo e da pro­dução na­ci­onal como com­po­nente es­sen­cial para o de­sen­vol­vi­mento eco­nó­mico, para a cri­ação de postos de tra­balho (com o ob­jec­tivo do pleno em­prego) e para a re­so­lução dos prin­ci­pais es­tran­gu­la­mentos do País».

A esta com­po­nente acres­centou Fran­cisco Lopes o com­bate à pre­ca­ri­e­dade e ao de­sem­prego; a de­fesa da pro­tecção so­cial e dos ser­viços pú­blicos; o au­mento dos sa­lá­rios e pen­sões como factor de maior jus­tiça so­cial e como con­tri­buição de­ci­siva para a re­dução das de­si­gual­dades; a afir­mação da igual­dade das mu­lheres no tra­balho e na vida. Tudo isto cor­po­riza, con­cluiu o can­di­dato, um rumo «capaz de abrir pers­pec­tivas às novas ge­ra­ções».

Este rumo pro­posto pelo can­di­dato co­mu­nista às elei­ções pre­si­den­ciais re­pre­senta uma rup­tura com o ac­tual rumo, se­guido há vá­rias dé­cadas, e que tem no Or­ça­mento do Es­tado para 2011 um sério factor de agra­va­mento. No pro­cesso de apro­vação da­quele que con­si­derou um «or­ça­mento ao ser­viço dos ban­queiros e dos es­pe­cu­la­dores», Fran­cisco Lopes en­con­trou um dado po­si­tivo: o facto de ter per­mi­tido «cla­ri­ficar as po­si­ções das vá­rias can­di­da­turas».

O can­di­dato co­mu­nista lem­brou que se Ca­vaco Silva foi o «pa­drinho» deste acordo entre PS e PSD, Ma­nuel Alegre e Fer­nando Nobre de­fen­deram igual­mente a sua apro­vação. Estes dois úl­timos can­di­datos, acres­centou, fi­zeram-lhe «uma ou outra crí­tica», mas con­si­de­raram ine­vi­tável que fosse apro­vado – «como é sempre ine­vi­tável para aqueles que não têm co­ragem de de­cidir em função dos in­te­resses do povo e do País; como são sempre ine­vi­tá­veis as op­ções que con­tra­riam os in­te­resses na­ci­o­nais e fa­vo­recem a acu­mu­lação dos mesmos de sempre». Para Fran­cisco Lopes, isto diz muito da­quilo que po­demos es­perar deles no fu­turo.

 

Pre­sente na luta

 

Para além do can­di­dato, fa­laram ainda no al­moço de sá­bado De­o­linda Ma­chado, in­de­pen­dente e di­ri­gente da CGTP-IN; Ana Pires, da In­ter­jovem; e Pal­mira Areal, da Co­missão de Tra­ba­lha­dores da Caixa Geral de De­pó­sitos – ma­ni­fes­tando o seu apoio a Fran­cisco Lopes –, para além do Se­cre­tário-geral do Par­tido, Je­ró­nimo de Sousa. Lem­brando que a can­di­da­tura de Fran­cisco Lopes «emana de uma de­cisão co­lec­tiva», o di­ri­gente do PCP re­alçou que co­lec­tiva terá de ser também a cam­panha que lhe dá su­porte.

Para Je­ró­nimo de Sousa, a can­di­da­tura de Fran­cisco Lopes não está «me­ra­mente so­li­dária, por ra­zões de cir­cuns­tância e de con­jun­tura, com os tra­ba­lha­dores e as suas lutas». Não, o can­di­dato e aqueles que o apoiam «não pre­cisam de vi­si­bi­li­dade e de cir­cuns­tân­cias para se iden­ti­ficar com os in­te­resses, di­reitos e as­pi­ra­ções dos tra­ba­lha­dores e para estar com eles nas suas lutas, lu­tando, não se li­mi­tando a essa so­li­da­ri­e­dade».

 

Vozes com­ba­tivas

 

Coube a Rui Paixão, co­or­de­nador da União dos Sin­di­catos de Se­túbal/​CGTP-IN, ler ex­certos de men­sa­gens re­ce­bidas pela can­di­da­tura de Fran­cisco Lopes en­vi­adas por ac­tuais e an­tigos di­ri­gentes sin­di­cais.

Ave­lino Gon­çalves, des­ta­cado di­ri­gente que es­teve en­vol­vido na fun­dação da In­ter­sin­dical, e que foi membro do Se­cre­ta­riado da CGTP-IN e mi­nistro do Tra­balho de Vasco Gon­çalves, afirmou na sua mis­siva que sempre com­pre­endeu que a luta dos tra­ba­lha­dores «pela sua li­ber­tação e pelos seus di­reitos não pode li­mitar-se à luta la­boral. É im­por­tante dizer a ver­dade e estar, por con­vicção e sen­tido do dever, do lado certo da His­tória na luta pelos di­reitos hu­manos, pela paz, pela de­mo­cracia, pela con­cre­ti­zação do res­peito que cada pessoa me­rece. Nestas elei­ções pre­si­den­ciais, lutar por esses ob­jec­tivos con­siste em dar um apoio de­ci­dido, con­victo, con­fi­ante e em­pe­nhado à can­di­da­tura de Fran­cisco Lopes».

Ar­mando Tei­xeira da Silva, co­or­de­nador da CGTP-IN entre 1977 e 1986, saudou fra­ter­nal­mente o can­di­dato Fran­cisco Lopes e «todos os ho­mens e mu­lheres que com o seu tra­balho de­di­cado ga­rantem que esta cam­panha es­teja já no ter­reno de Norte a Sul do País, para mos­trar aos por­tu­gueses que existem al­ter­na­tivas sé­rias e cre­dí­veis para de­fender e pros­se­guir o 25 de Abril. O can­di­dato Fran­cisco Lopes tem a dig­ni­dade de se apre­sentar ao elei­to­rado, com ideias sé­rias, e claras, sobre o es­tado do nosso País, quem são os res­pon­sá­veis da crise, e o que pensa sobre o que deve ser o nosso fu­turo».

Da­niel Ca­brita, que pre­sidiu à pri­meira reu­nião in­ter­sin­dical, em Ou­tubro de 1970, re­alçou haver «boas ra­zões para apoiar a can­di­da­tura de Fran­cisco Lopes à Pre­si­dência da Re­pú­blica»: por ser sus­ten­tada «num pro­jecto po­lí­tico de es­querda e de­mo­crá­tico que as­sume cla­ra­mente a ne­ces­si­dade de uma rup­tura e de uma mu­dança para dar um novo rumo ao País»; por nada ter a ver com «apoios com­pro­me­tidos ou com de­ma­go­gias que querem es­conder res­pon­sa­bi­li­dades po­lí­ticas que tanto mal cau­saram ao País»; por se in­te­grar e ar­ti­cular «com a luta dos tra­ba­lha­dores, a nível sin­dical e nos lo­cais de tra­balho, pela de­fesa das suas con­di­ções de vida e de tra­balho»; e por ser a única que as­sume «inequí­voco e de­ter­mi­nado apoio à greve geral de 24 de No­vembro».

Também o pri­meiro co­or­de­nador da CGTP-IN, Ca­nais Rocha, en­viou uma men­sagem na qual re­alça que «numa al­tura em que a classe ope­rária e os tra­ba­lha­dores se pre­param para en­fren­tarem novas e agra­vadas di­fi­cul­dades, re­sul­tantes da en­trada em vigor do Or­ça­mento do Es­tado para 2011, como an­tigo sin­di­ca­lista não podia deixar de apoiar a única can­di­da­tura que não se sub­mete às po­lí­ticas ul­tra­li­be­rais, nem tran­sige com os ali­ados do ca­pital».

O des­ta­cado di­ri­gente sin­dical Vítor Ra­nita fez questão de ma­ni­festar o seu apoio à can­di­da­tura de Fran­cisco Lopes que, em sua opi­nião, «re­leva a co­e­rência das po­si­ções do PCP na de­fesa dos in­te­resses dos tra­ba­lha­dores» e que a todos de­safia «à rup­tura com a ac­tual po­lí­tica e apela à uni­dade na luta por um fu­turo me­lhor para o nosso povo e para Por­tugal».

Ma­nuel Car­valho da Silva, se­cre­tário-geral da CGTP-IN, também en­de­reçou uma men­sagem, na qual des­taca a es­colha, por parte da can­di­da­tura de Fran­cisco Lopes, do pro­jecto cons­ti­tu­ci­onal e dos «im­por­tan­tís­simos con­teúdos e pa­râ­me­tros da nossa Cons­ti­tuição da Re­pú­blica» como «re­fe­rência e sus­ten­tação das suas pro­postas de rup­tura e mu­dança». O di­ri­gente sin­dical acres­centa ainda que, quanto a com­pro­missos, a can­di­da­tura «apre­senta múl­ti­plos e claros, desde logo, com as causas e an­seios dos tra­ba­lha­dores e, no ime­diato, de forma em­pe­nhada, com a im­por­tan­tís­sima Greve Geral de 24 de No­vembro pró­ximo. É pe­rante esta aná­lise que saúdo e de­sejo os me­lhores êxitos à can­di­da­tura de Fran­cisco Lopes, cujos ob­jec­tivos fun­da­men­tais par­tilho».



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