Intervenção Democrática apoia Francisco Lopes
O Conselho Geral da Associação Intervenção Democrática (ID) decidiu apoiar a candidatura de Francisco Lopes à presidência da República, considerando que esta é a única que assume cumprir e fazer cumprir a Constituição da República Portuguesa.
«O nosso Povo tem o direito de exigir uma mudança radical»
Sublinhando a hora difícil que os trabalhadores, os estratos sociais laboriosos e o povo enfrentam, a ID alerta para as consequências da crise e para o seu agravamento no nosso País em resultado da política de direita imposta por sucessivos governos, contrária aos valores e conquistas de Abril expressos no texto fundamental. «Favorecem-se sempre os interesses financeiros em detrimento do desenvolvimento, do progresso e do bem-estar social dos cidadãos».
Neste contexto, considera ainda o Conselho Geral da ID em nota enviada à comunicação social, «a generalidade dos portugueses, em especial os trabalhadores, os desempregados, os jovens sem perspectivas de um futuro animador, tem razões para se mostrarem descrentes.
«O nosso Povo tem, por isso, o direito de expressar a sua viva indignação e de exigir uma mudança radical do comportamento político de quem governa e do próprio Presidente da República», acrescentam.
Único que dá garantias
Fazendo uma breve análise do mandato do actual Presidente, a Associação conclui que «outra coisa não seria de esperar de uma personalidade que, enquanto primeiro-ministro, foi o principal responsável por problemas que ainda subsistem».
«Não podemos olvidar que Cavaco Silva atacou de forma evidente os direitos sociais, políticos e constitucionais do povo português. E bem recordados estamos da vergonhosa sujeição aos detentores do dinheiro e a todas as directivas provenientes da CEE, mesmo às mais profundamente penosas para Portugal».
Já em relação aos demais candidatos, a ID lembra que Fernando Nobre e Defensor Moura ainda não esclareceram cabalmente os propósitos das respectivas candidaturas, e Manuel Alegre, «nas grandes questões do regime, nunca se manifestou contrário às propostas gravosas quer do seu grupo parlamentar, quer do Governo», manifestando igual comportamento quando se colocam «decisões assumidas pelo seu partido» com o apoio da direita.
Para a Intervenção Democrática, «a Presidência da República deve ser ocupada por alguém que dê garantias efectivas de que vai cumprir a Constituição em todas as suas vertentes», que impeça a desvirtuação do regime democrático, que «alerte o País para os perigos resultantes da aplicação de políticas neoliberais» e «não hesite na defesa dos preceitos constitucionais».
«A candidatura de Francisco Lopes tem revelado um conteúdo social e político que a demarca das restantes. Nas linhas gerais da sua candidatura, nas ideias que exprime, é notória a sua profunda preocupação quanto à real situação do País. O seu pensamento quanto à forma como deve actuar o Presidente da República, principalmente em situações de crise, merece-nos muita atenção. Estamos convictos de que, em caso de vitória, este candidato se empenhará no cumprimento da Constituição. Teremos, então, um Presidente que garantirá a defesa do Estado social, da justiça social, do Estado de direito, da soberania e da independência nacionais», conclui a ID.