O deputado comunista António Filipe contestou a aquisição pelo Governo de viaturas blindadas para equipar a PSP na Cimeira da NATO, considerando-a reveladora de uma enorme «insensibilidade social».

Num momento em que o Governo penaliza duramente as famílias, cortando nos salários e nas prestações sociais, não é admissível que se despendam cinco milhões de euros em equipamento repressivo.

Foi esta no essencial a posição veiculada por António Filipe na comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias onde, a pedido do PCP, dia 21, o ministro da Administração Interna procurou justificar a despesa extraordinária em seis viaturas ligeiras para remoção de obstáculos e outra pesada para igual objectivo, a par de uma viatura com canhão de água e 45 carrinhas de manutenção da ordem pública.

Que se destinam a «proteger» os polícias, a fazer face a «ameaças terroristas» e que servirão não apenas para a Cimeira da NATO mas também no futuro para a prevenção e combate à criminalidade mais violenta, sustentou Rui Pereira.

Justificações que não convenceram o deputado do PCP, que replicou: «Mas a prevenção do terrorismo faz-se com viaturas anti-motim? São estes veículos que vão proteger os portugueses?».