Plenário da Frente Comum apela

Mobilização total

Ga­rantir o êxito da ma­ni­fes­tação na­ci­onal de 6 de No­vembro e da greve geral para «es­tancar o agra­va­mento brutal das con­di­ções de vida dos tra­ba­lha­dores», foram ob­jec­tivos cen­trais apro­vados, dia 14, em Lisboa no ple­nário na­ci­onal da Frente Comum.

Estão há 11 anos a perder poder de compra

Image 5915

Mais de 500 di­ri­gentes e de­le­gados sin­di­cais par­ti­ci­param no ple­nário da Frente Comum dos Sin­di­catos da Ad­mi­nis­tração Pú­blica e apro­varam por una­ni­mi­dade e acla­mação uma re­so­lução que acusa o Go­verno de de­clarar «guerra aos tra­ba­lha­dores», pelo que a res­posta deve ser a par­ti­ci­pação mas­siva na mo­bi­li­zação para o su­cesso da ma­ni­fes­tação na­ci­onal de 6 de No­vembro e da greve geral no dia 24.

«Só o apro­fun­da­mento da luta per­mi­tirá es­tancar o agra­va­mento brutal das con­di­ções de vida dos tra­ba­lha­dores e das ca­madas des­fa­vo­re­cidas da po­pu­lação e pers­pec­tivar a sua in­versão», afirma-se na re­so­lução, onde se sa­li­enta que «a luta vai con­ti­nuar».

O ple­nário aprovou igual­mente por una­ni­mi­dade uma moção de re­púdio pela re­a­li­zação da ci­meira da NATO em Lisboa, onde se apela à par­ti­ci­pação na ma­ni­fes­tação «Paz sim, Nato não», no dia 20 de No­vembro, às 15 horas, na Ave­nida da Li­ber­dade, do Marquês de Pombal aos Res­tau­ra­dores.

No final do ple­nário os re­pre­sen­tantes da Frente Comum des­lo­caram-se em ma­ni­fes­tação da sede da União das As­so­ci­a­ções de Co­mer­ci­antes de Lisboa até à As­sem­bleia da Re­pú­blica, en­to­ando pa­la­vras de ordem como «Greve geral», «Assim não pode ser, os ricos mais ricos e os po­bres a perder» ou «tra­balho sim, de­sem­prego não». Em São Bento, en­tre­garam a re­so­lução aos grupos par­la­men­tares.

 

Todos ficam a perder

 

Vá­rias in­ter­ven­ções no ple­nário sa­li­en­taram a im­por­tância de todos se em­pe­nharem no es­cla­re­ci­mento sobre os cortes sa­la­riais anun­ci­ados pelo Go­verno PS, su­bli­nhando que tais cortes não in­ci­dirão apenas sobre os sa­lá­rios su­pe­ri­ores a 1500 euros. Como ex­plicou a co­or­de­na­dora da FCSAP, Ana Avoila, «os cortes também vão in­cidir nos sub­sí­dios de turno de quem tem ven­ci­mentos in­fe­ri­ores, além das res­tantes me­didas que pre­ju­dicam todos os tra­ba­lha­dores», de­sig­na­da­mente os cortes no abono de fa­mília e o acrés­cimo de en­cargos com a saúde e a edu­cação, bem como o au­mento da in­flação e de im­postos.

Na re­so­lução apro­vada no final dos tra­ba­lhos sa­li­enta-se os 11 anos de «re­dução con­tínua dos sa­lá­rios reais na Ad­mi­nis­tração Pú­blica, acom­pa­nhada pela eli­mi­nação de di­reitos e a di­mi­nuição do em­prego», e faz-se notar que as con­sequên­cias destas po­lí­ticas têm sido o agra­va­mento da si­tu­ação eco­nó­mica e o em­po­bre­ci­mento do País. «O es­ta­fado ar­gu­mento dos sa­cri­fí­cios para todos não passa assim de uma des­culpa es­far­ra­pada e a dis­tri­buição do ren­di­mento na­ci­onal de­monstra-o, sem margem para dú­vidas», lê-se no do­cu­mento. Um dado re­fe­rido na re­so­lução é bem re­ve­lador desta re­a­li­dade: a per­cen­tagem dos sa­lá­rios no Pro­duto In­terno Bruto subiu de 47,4 por cento, em 1973, para 59 por cento, em 1975; desceu para 35 por cento, em 2005; e em 2009 voltou a descer para 34,1 por cento.



Mais artigos de: Trabalhadores

Greve geral a crescer

A apre­sen­tação do Or­ça­mento do Es­tado e a in­sis­tência pa­tronal no ataque aos sa­lá­rios vêm acen­tuar a ne­ces­si­dade da greve geral, cujo su­cesso está a ser pre­pa­rado com os tra­ba­lha­dores.

Resistir à repressão

Aos aten­tados de pa­trões e ca­pa­tazes, que vi­olam di­reitos e leis, os tra­ba­lha­dores e os sin­di­catos res­pondem com co­ragem, de­ter­mi­nação e so­li­da­ri­e­dade.

Militares juntam-se à luta

«Enquanto sargentos e praças forem tratados como seres menores, não há nenhuma condição para reparar as injustiças», afirmou Lima Coelho, presidente da Associação Nacional de Sargentos, dia 14, numa sala totalmente cheia, na...

Polícias manifestam-se

Assumindo-se «frontalmente contra este plano de austeridade e as suas consequências para os profissionais das forças de segurança», a Comissão Coordenadora Permanente dos Sindicatos dos Profissionais das Forças e Serviços de Segurança (CCP) decidiu que na greve...

Fenprof leva Governo a tribunais

A Federação Nacional dos Professores anunciou, dia 15, que avançará com uma queixa contra o Governo, nos tribunais portugueses e europeu, e junto da Organização Internacional do Trabalho, na pessoa da ministra Isabel Alçada, porque o Ministério da...

Breves Greve Geral

Basta de «peditório» Para o «peditório nacional» que fundamenta as medidas de «austeridade» do Governo, os trabalhadores das empresas do Grupo Caixa Geral de Depósitos têm continuadamente contribuído. Para o STEC, «a receita é sempre a...