Comissão de candidatura de Francisco Lopes esteve reunida em Lisboa

Uma campanha de massas, de esclarecimento e participação

A Co­missão Na­ci­onal da Can­di­da­tura de Fran­cisco Lopes à Pre­si­dência da Re­pú­blica es­teve reu­nida no do­mingo, num hotel de Lisboa. Com uma com­po­sição ampla, do ponto de vista sec­to­rial e re­gi­onal, a Co­missão ana­lisou di­versos as­pectos re­la­ci­o­nados com a can­di­da­tura e de­bateu as prin­ci­pais li­nhas de in­ter­venção para o fu­turo.

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Par­ti­ci­param nesta reu­nião, para além do can­di­dato Fran­cisco Lopes, do man­da­tário na­ci­onal José Ba­rata-Moura e do Se­cre­tário-geral do PCP Je­ró­nimo de Sousa, vá­rios di­ri­gentes e mi­li­tantes do Par­tido, de di­versas re­giões e sec­tores de ac­ti­vi­dade, para além de in­de­pen­dentes, mem­bros da JCP e di­ri­gentes sin­di­cais.

Em dis­cussão es­ti­veram di­versas ques­tões re­la­ci­o­nadas com a cam­panha, a co­meçar pela re­colha das as­si­na­turas ne­ces­sá­rias para a le­ga­li­zação da can­di­da­tura que, mais do que uma for­ma­li­dade, pode cons­ti­tuir uma forma de alargar e com­pro­meter apoios. Ao mesmo tempo, re­alçou-se a im­por­tância de in­ten­si­ficar os con­tactos com per­so­na­li­dades das mais va­ri­adas áreas, de ex­pressão na­ci­onal ou local, no sen­tido do apoio pú­blico à can­di­da­tura de Fran­cisco Lopes.

Apesar de se tra­tarem de elei­ções para um cargo uni­pes­soal, foi con­si­de­ração unâ­nime que a cam­panha não se deve li­mitar a ini­ci­a­tivas em que par­ti­cipe o can­di­dato. Pelo con­trário, a cam­panha de­verá as­sentar numa forte di­nâ­mica local, as­sente na con­cepção de que cada apoi­ante de­verá ser um ac­ti­vista. O ob­jec­tivo é levar a cabo uma cam­panha de massas, de es­cla­re­ci­mento e par­ti­ci­pação po­pu­lares.

As pri­meiras ac­ções de cam­panha foram con­si­de­radas como tendo sido muito po­si­tivas, assim como a pre­sença do can­di­dato na co­mu­ni­cação so­cial. Mas há ainda muito por fazer, pois as ten­dên­cias de mi­ni­mi­zação da can­di­da­tura vão pros­se­guir e in­ten­si­ficar-se, como o provam já as pri­meiras son­da­gens di­vul­gadas.

Foi ainda as­su­mida a ne­ces­si­dade de alargar a ex­pressão uni­tária da can­di­da­tura, na base da con­si­de­ração de que é a única que se co­loca ine­qui­vo­ca­mente ao lado da­queles a quem a po­lí­tica de di­reita tem atin­gido mais du­ra­mente – a co­meçar pelos tra­ba­lha­dores, mas abran­gendo também as novas ge­ra­ções, as mu­lheres, os re­for­mados e pen­si­o­nistas, os pe­quenos e mé­dios em­pre­sá­rios, as pes­soas com de­fi­ci­ência, os emi­grantes e os imi­grantes – e que es­ta­be­lece como um dos seus ob­jec­tivos cen­trais con­tri­buir para a rup­tura e para a mu­dança.

Dar mais força à luta

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A reu­nião do Co­mité Cen­tral de 24 de Agosto e a de­cla­ração de can­di­da­tura, apre­sen­tada no dia 9 de Se­tembro, adi­an­taram já o es­sen­cial das li­nhas «pro­gra­má­ticas» e dos ob­jec­tivos da can­di­da­tura pre­si­den­cial. Mas a Co­missão Na­ci­onal não deixou de apro­fundar a aná­lise do quadro po­lí­tico e so­cial em que se re­a­li­zarão estas elei­ções e de apurar a res­posta a dar pelo can­di­dato re­la­ti­va­mente às grandes ques­tões que se irão co­locar.

Re­la­ti­va­mente ao que es­tará em causa nas elei­ções, a Co­missão Na­ci­onal re­a­firmou a im­por­tância de as­se­gurar na Pre­si­dência da Re­pú­blica um exer­cício com­pro­me­tido com o res­peito pela Cons­ti­tuição da Re­pú­blica Por­tu­guesa e li­berto dos in­te­resses e po­si­ci­o­na­mentos do grande ca­pital. Con­tri­buir para travar a re­e­leição de Ca­vaco Silva é fun­da­mental, mas não chega: pelo quadro so­cial e po­lí­tico em que se re­a­li­zarão as elei­ções, à can­di­da­tura de Fran­cisco Lopes exige-se não só o es­cla­re­ci­mento e de­núncia das po­lí­ticas res­pon­sá­veis por este rumo de de­clínio na­ci­onal como também a afir­mação de outra po­lí­tica, pa­trió­tica e de es­querda, capaz de dar res­posta aos pro­blemas do País.

Esta na­tu­reza si­mul­ta­ne­a­mente pa­trió­tica e de es­querda da can­di­da­tura pre­si­den­cial de Fran­cisco Lopes foi também as­su­mida pela Co­missão: «pa­trió­tica» porque as­sume a de­fesa da so­be­rania e da in­de­pen­dência na­ci­o­nais não só como ele­mentos in­te­grantes e in­se­pa­rá­veis de um pro­jecto pa­trió­tico mas também en­quanto con­di­ções in­dis­pen­sá­veis à afir­mação de uma po­lí­tica que ins­creva como eixo con­dutor os in­te­resses e di­reitos dos tra­ba­lha­dores, o bem estar do povo e o de­sen­vol­vi­mento do País; «de es­querda» na sua pro­cla­mação e na sua prá­tica, por ter um com­pro­misso es­sen­cial com os va­lores de Abril e a con­cepção de uma de­mo­cracia si­mul­ta­ne­a­mente po­lí­tica, eco­nó­mica, so­cial e cul­tural. E, claro, por as­sumir como eixo cen­tral das suas pre­o­cu­pa­ções os in­te­resses e di­reitos dos tra­ba­lha­dores, bem como a sua luta – en­ten­dida como com­po­nente de­ter­mi­nante da trans­for­mação.

Con­fir­mado foi também o ob­jec­tivo de con­tri­buir, pelo apoio elei­toral que a can­di­da­tura sus­cite, para dar mais força à luta por uma po­lí­tica al­ter­na­tiva, para alargar a cor­rente dos que se iden­ti­ficam com a ne­ces­si­dade da rup­tura e da mu­dança.

 

PS e PSD con­vergem no es­sen­cial
En­ce­na­ções e falsas ques­tões

 

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Num mo­mento aberto à co­mu­ni­cação so­cial, o man­da­tário na­ci­onal da can­di­da­tura, o fi­ló­sofo e pro­fessor ca­te­drá­tico José Ba­rata-Moura des­tacou a im­por­tância desta ba­talha po­lí­tica, onde irão estar em de­bate «as­pectos es­tru­tu­rantes da nossa des­ti­nação co­lec­tiva en­quanto povo». Em sua opi­nião, há que de­bater ques­tões tão cen­trais como a de­fesa da Cons­ti­tuição ou a ga­rantia da so­be­rania na­ci­onal de uma forma que se ligue com a vida con­creta dos tra­ba­lha­dores e do povo por­tu­guês. Para o man­da­tário, a can­di­da­tura de Fran­cisco Lopes tem um pro­jecto capaz da «mo­bi­li­zação ne­ces­sária» para o com­bate por uma po­lí­tica pa­trió­tica e de es­querda.

Ques­ti­o­nado pelos jor­na­listas acerca dos di­fe­rendos entre PS e PSD re­la­ti­va­mente ao Or­ça­mento do Es­tado, Fran­cisco Lopes con­si­derou-os uma en­ce­nação. «Há uma con­ver­gência entre o PS e o PSD nas ques­tões es­sen­ciais», re­alçou, con­si­de­rando que ambos os par­tidos estão de acordo nas li­nhas ge­rais de um Or­ça­mento que con­tri­buirá apenas para «agravar os pro­blemas na­ci­o­nais, cor­tando o in­ves­ti­mento, cor­tando a pro­dução, au­men­tando o de­sem­prego, cor­tando nas des­pesas so­ciais e nos ser­viços pú­blicos, com­pro­me­tendo o fu­turo do País». Daí pro­cu­rarem, ambos, ocultar as suas res­pon­sa­bi­li­dades. Na opi­nião de Fran­cisco Lopes, o dia em que for anun­ciado o acordo entre PS e PSD não será o fim dos pro­blemas mas sim o início de uma «nova fase de pre­o­cu­pa­ções para os tra­ba­lha­dores e o povo».

Sobre a ini­ci­a­tiva do Pre­si­dente da Re­pú­blica de chamar os par­tidos ao Pa­lácio de Belém, o can­di­dato foi claro: Ca­vaco Silva está a usar os seus po­deres para pres­si­onar no sen­tido de um en­ten­di­mento para apro­vação de um Or­ça­mento «con­trário aos in­te­resses do País». Ou seja, ga­rantiu Fran­cisco Lopes, pre­ci­sa­mente o oposto do que faria se fosse eleito. «Eu usaria esses po­deres no sen­tido de in­flu­en­ciar as op­ções que per­mi­tissem uma po­lí­tica pa­trió­tica e de es­querda que res­ponda aos de­síg­nios de hoje e do fu­turo de um Por­tugal mais de­sen­vol­vido e mais justo.»



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