Milhares lembraram golpe
Cerca de dez mil pessoas assinalaram, sábado, o 37.º aniversário do golpe de Estado que derrubou o governo socialista liderado pelo presidente Salvador Allende e instaurou a ditadura fascista encabeçada por Augusto Pinochet.
A multidão depositou uma coroa de flores junto ao Palácio de La Moneda, na capital, Santiago, e, posteriormente, dirigiu-se ao Memorial ao Detido e Desaparecido no cemitério da cidade, onde familiares e amigos lembraram as vítimas e exigiram justiça.
O presidente Sebastian Piñera não esteve presente nas cerimónias e em tom provocador declarou, a propósito, que o derrube do governo de Allende não foi «uma morte súbita ou intempestiva», mas «o desenlace previsível, embora evitável, de uma democracia que estava doente».
Face às declarações de Piñera, não é de estranhar que em várias cidades do país milhares de pessoas, sobretudo jovens, tenham saído às ruas para assinalar a trágica efeméride. No balanço dos confrontos com a polícia, pelo menos 250 pessoas foram detidas.