Situação insólita no Funchal
Os eleitos do PCP na Câmara do Funchal, na Madeira, não participaram nas comemorações do «Dia da Cidade», que tiveram lugar no sábado. Em causa está o facto de não ter sido discutido e aprovado o programa das comemorações, que contou com a presença de Pedro Passos Coelho, presidente do PSD. «Estamos em presença de uma situação insólita, anómala, mesmo ilegal, que configura o abuso de poder por parte do presidente da Câmara Municipal do Funchal», acusam, em conferência de imprensa realizada no dia 18 de Agosto, os comunistas, sublinhando que «há um claro e gigante desrespeito pelo estatuto dos partidos da oposição».
«Os vereadores eleitos na oposição na Câmara Municipal do Funchal representam os funchalenses, tal como os vereadores da maioria. Todos eles, na oposição ou na maioria, são representantes eleitos em igualdade de circunstâncias pela população que expressou as suas opções no último acto eleitoral, e que definiu a composição da Câmara Municipal», afirmaram ainda.
No mesmo dia, a CDU promoveu uma exposição para chamar a atenção para o rico património bibliográfico que trata da Região Autónoma da Madeira, e naturalmente do Funchal, a sua cidade capital. Estes materiais são elementos de coleccionadores que são, ao mesmo tempo, estudiosos atentos dos mais diversos saberes da história da Madeira e detentores de livros e folhetos que não constam nos arquivos públicos.
Fogos florestais
Madeira sem prevenção
Em conferência de imprensa, Edgar Silva, coordenador do PCP na Madeira, criticou, na passada semana, o Governo Regional por ter «cancelado» um concurso público internacional para vídeovigilância da floresta madeirense, atingida por grandes fogos. O também deputado da Assembleia Legislativa lembrou ainda que «em Agosto de 2006, foi publicado no Jornal Oficial da Região a abertura desse concurso público, que previa, entre outras medidas de prevenção de fogos, a vídeo vigilância das serras». «Acontece que, em Dezembro desse ano, o referido concurso foi cancelado, sem razão aparente», disse, à Lusa, Edgar Silva, criticando o facto de as sete torres de vigia florestal, implantadas na década de 90, estarem «hoje votadas ao abandono». «A CDU da Madeira não pode deixar de responsabilizar o executivo por algumas das proporções gigantes que atingiram a Madeira no decurso destes incêndios», acusou ainda.
PSD falta à verdade
Na quinta-feira, Artur Andrade, vereador da CDU na Câmara do Funchal, acusou o presidente, Miguel Albuquerque (PSD), de ter «faltado à verdade» quando disse que a Câmara tinha reunido três dias antes para analisar a situação dos incêndios.
«O presidente chegou de férias e veio logo dizer que a vereação tinha reunido de emergência na segunda- feira. Isso não é verdade, pois nenhum partido foi convocado. Pode ter havido reunião, essa foi dos vereadores da maioria PSD», apontou, em declarações à Lusa.
Artur Andrade revelou ainda que a CDU propôs uma reunião para quinta-feira, «por escrito», mas que nem PSD nem os outros partidos da oposição se dignaram a responder.