Liberalização do horário das grandes superfícies

Frete à grande distribuição

O PCP está a travar uma luta intensa contra o alargamento do horário de funcionamento das grandes superfícies comerciais. No distrito de Lisboa, a Direcção da Organização Regional do Partido está a distribuir um comunicado aos trabalhadores e à população onde destaca que o que o «povo precisa é de mais poder de compra» e não de mais horas para comprar. Os comunistas de Lisboa denunciam ainda o carácter «abusivo» do decreto-lei que modifica o regime dos horários de funcionamento dos estabelecimentos comerciais.

Na verdade, pelo seu conteúdo, o que o Governo faz é «legalizar os atentados diários praticados contra as liberdades e os direitos de muitos milhares de trabalhadores dos super e hipermercados legislando sobre uma matéria que cabe à Assembleia da República». Fazendo, desta forma, a vontade aos grandes grupos económicos do sector – e, ao fazê-lo, acabando com a «já quase inexistente qualidade de vida de muitos milhares de trabalhadores que ficariam impedidos em definitivo de descansar ao domingo, abrindo-se a possibilidade de terem de trabalhar em horários que podem ter como limites as 6 e as 0 horas».

No folheto, o PCP chama a atenção para os chorudos lucros amassados pelos grandes grupos de distribuição no ano de 2009: 611 mil euros diários para o grupo Jerónimo Martins; 850 mil do grupo Auchan ou mais de um milhão para o El Corte Inglés (já depois de impostos). O grupo Sonae não publicou até hoje, como é devido, o relatório e contas de 2009. Já os «aumentos» dos trabalhadores ficaram-se entre os 17 e os 35 cêntimos diários, em salários que andam entre o mínimo e pouco mais de 600 euros...

Foi precisamente sobre este assunto que o PCP recebeu, segunda-feira, a Associação Comercial e Empresarial dos Concelhos de Oeiras e Amadora. À saída, em declarações à imprensa, Agostinho Lopes, membro do Comité Central e deputado, falou de um «golpe legislativo» do Governo, tomado no último dia de funcionamento da Assembleia da República.

O membro do Comité Central derrubou ainda, um por um, os argumentos do Governo: dos estudos que não existem aos postos de trabalho que se criam, passado pelo acompanhamento de uma «tendência europeia». Depois de afirmar que tal tendência simplesmente não existe («na generalidade dos países da Europa, o comércio fecha ao domingo, com excepções e não o contrário») Agostinho Lopes lembrou a extrema precariedade que se vive nas grandes superfícies comerciais e chamou a atenção para os postos de trabalho perdidos no pequeno comércio.



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