Greves e protestos públicos

Pelo direito à greve

Uma acção de protesto vai acompanhar, amanhã de manhã, a apresentação de resultados da Galp Energia. Uma resposta de luta à repressão patronal foi dada igualmente noutras empresas.

Exercer os direitos é a melhor resposta à coacção

Uma acção de protesto de representantes dos trabalhadores da Petrogal vai ter lugar amanhã, a meio da manhã, junto às Torres de Lisboa, onde a Galp Energia apresenta os seus resultados semestrais.

A Fiequimetal/CGTP-IN, os sindicatos e a comissão de trabalhadores incluem esta iniciativa numa campanha que decidiram realizar contra o clima de «terror» instalado nas refinarias da Petrogal, desde a greve que teve lugar em meados de Abril. Numa reacção nunca antes vista, a administração e chefias fizeram ameaças a vários trabalhadores, procurando demovê-los de aderirem à luta. Uma dessas ameaças acabou por ser concretizada, como já foi comunicado à Autoridade para as Condições do Trabalho: a empresa descontou nos salários mais do que o período em que os trabalhadores fizeram greve.

Outras iniciativas, reclamando a reposição das liberdades democráticas e a devolução da remuneração indevidamente descontada, deverão ser anunciadas durante este protesto.

As organizações representativas dos trabalhadores da Carris entregaram anteontem um abaixo-assinado no Ministério de António Mendonça, exigindo o arquivamento dos processos disciplinares instaurados pela administração. O documento, subscrito por 750 trabalhadores, considera que os processos foram usados como mecanismo de repressão do direito à greve na empresa.

A determinação dos trabalhadores da Sotancro, na greve iniciada dia 23 por aumentos salariais, foi saudada pelo PCP. Numa breve nota publicada no site da direcção regional de Lisboa, refere-se que o Sindicato dos Vidreiros exigiu a intervenção da ACT, perante o comportamento ilegal da administração, que recorreu a trabalhadores precários e de empresas de trabalho temporário para substituir os trabalhadores em greve.

A fábrica da Venda Nova, Amadora, faz parte do Grupo BA Vidro, cuja administração não acorda actualização de salários há mais de dois anos, apesar de ter acumulado mais de 90 milhões de euros de lucros em 2008 e 2009, como denunciou o sindicato e a federação do sector. No dia 24, as estruturas da CGTP-IN no grupo saudaram os trabalhadores pela «muita coragem e dignidade» e pela «grandiosa adesão à greve», das 7 horas de sexta-feira às 16 horas de sábado, vencendo assim «a campanha desestabilizadora que a empresa fez na última semana».

Solidária com a luta dos trabalhadores da fábrica da Barbosa & Almeida em Avintes, a Comissão Concelhia de Vila Nova de Gaia do PCP lembrou que a empresa recebeu mais de 16 milhões de euros de fundos comunitários, entre 1986 e 2007, sem quaisquer exigências de compromisso social.

O grupo possui ainda uma fábrica na Marinha Grande e duas em Espanha.

Na Copidouro há «uma inadmissível e antidemocrática hostilidade patronal, prejudicando e procurando atingir o representante sindical na empresa, com processos disciplinares sem fundamento, diminuição da retribuição e outros actos que ferem a dignidade de qualquer cidadão». Segundo o Sindicato das Indústrias Gráficas, Imprensa e Celulose, tal ocorre desde meados de 2009, depois de os trabalhadores terem começado a exigir que a lei seja respeitada, que o salário seja pago pontualmente e seja aplicado o contrato colectivo mais adequado à sua actividade e mais favorável aos trabalhadores.



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