Os roncos vindos das oficinas da Quinta da Atalaia e dos veículos que carregam os mais diversos materiais, misturados com a azafama de quem chegava, aproveitando o fresco da manhã que prometia ser curto, deram início, este fim-de-semana, como é já hábito, às jornadas de trabalho da Festa do Avante. De todas as idades, vindos um pouco de todo o País, alguns pela primeira vez, outros de férias, foram muitas as tarefas realizadas durante aqueles dois dias, que passaram pelo corte de placas de madeira, pela pintura, pelo embelezamento do espaço, pela colocação de estruturas, por fazer o almoço para os seus camaradas. Um movimento perpétuo que se vai repetir até ao dia em que se abrirem as portas aos visitantes e que promete ser um espaço de alegria, fraternidade e convívio, mas também um momento alto de resistência e de luta.

Professores comunistas na Atalaia

Mais de 30 professores participaram, no dia 17 de Julho, na Jornada de Trabalho dos Professores Comunistas da Região de Setúbal para a Festa do Avante. Esta iniciativa, que aconteceu num quadro em que a educação e a escola pública são alvo de um ataque sem precedentes por parte do Governo e da direita, contou ainda com a realização de um almoço convívio, onde esteve o deputado Miguel Tiago, responsável pela Educação no Grupo Parlamentar do PCP na Assembleia da República.

Um momento marcado ainda pelo avanço da resistência e luta dos professores, para o qual os professores comunistas têm dado um contributo fundamental, sendo de destacar as grandiosas manifestações e greves contra a tentativa do Governo de impor um novo estatuto da carreira docente, intenção derrotada pela luta, com a assinatura do acordo entre o Governo e a Fenprof, que acaba com a divisão da carreira, possibilitando agora que todos os professores cheguem ao topo.

«A situação nas escolas é hoje marcada pela intenção do Governo de encerrar cegamente e a "régua e esquadro", por razões economicistas, as escolas com menos de 21 alunos, o que agravará as injustiças e a desertificação do País, e com o objectivo de criar os chamados mega-agrupamentos, no sentido da concentração dos meios materiais e humanos das escolas, criando enormes agrupamentos impossíveis de gerir, levando à eliminação de serviços e postos de trabalho,

colocando os objectivos economicistas à frente dos critérios pedagógicos, da educação e do desenvolvimento do País, mas também com o objectivo ideológico de desvalorizar e descaracterizar a escola pública, para que se abra ainda mais o caminho da sua privatização», denunciam, em nota à imprensa, os professores comunistas.

No entanto o protesto e as vozes contra o encerramento de escolas e a criação dos mega-agrupamentos, aumentam de dia para dia, mesmo em tempo de férias, por parte dos professores, do movimento sindical unitário, dos pais e suas associações, autarquias e direcções de escolas.

No sentido de levar o protesto até à Assembleia da República, o PCP apresentou, no dia 9 de Julho, um Projecto de Resolução que recomenda ao Governo a suspensão imediata do processo de encerramento de escolas e constituição dos mega-agrupamentos.

«Esta resolução foi aprovada com os votos a favor de toda a oposição e com os votos contra do PS, e embora o Governo não seja obrigado a cumprir com esta recomendação, este é mais um importante contributo para o avolumar dos protesto contra as intenções do Governo», informam os comunistas.

Pintura de murais

Os comunistas de Vila Franca de Xira realizaram, há dias, a pintura de dois murais, um de divulgação da Festa do Avante e outro contra o roubo nos salários.

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