Os documentos entregues sábado na representação diplomática da Suíça em Teerão (embaixada que assume os interesses norte-americanos no país) alegadamente confirmam a tese iraniana, que sustenta que o cientista foi raptado pela CIA, o ano passado, na Arábia Saudita.

O investigador trabalhava na Organização de Energia Nuclear do Irão à data do seu desaparecimento, ocorrido quando o académico se encontrava em peregrinação a Meca.

Para o Irão, o desaparecimento não é, afinal, tão misterioso como inicialmente parecia. Amiri terá sido entregue pelos sauditas à Agência Central de Inteligência dos EUA.

«O pedido da família de Shahram Amiri e da opinião pública iraniana é que entreguem o nosso compatriota o mais rapidamente possível», disse Ramin Mehmanparast. «Esperamos que o governo norte-americano anuncie o quanto antes os resultados da sua investigação a propósito deste cidadão iraniano», acrescentou o porta-voz do governo liderado por Mahmoud Ahmadinejad. Mehmanparast frisou ainda a responsabilidade de Washington pela vida de Amiri.

Esta é a segunda vez que o Irão apresenta dados que envolvem os EUA no desaparecimento do cientista nuclear. Recentemente, foram publicados na Internet vários vídeos onde um suposto Shahram Amiri testemunha torturas praticadas por agentes sauditas e norte-americanos. As torturas tinham o objectivo de o obrigarem a dar-se como desertor.

Nos registos, o pretenso cientista diz igualmente que se encontra em Tucson, no estado norte-americano do Arizona.