Saudar cada avanço alcançado
A VII Assembleia da Organização Regional de Vila Real do PCP, realizada no dia 12, constituiu um importante momento de reforço do Partido naquela região do País.
Realizada sob o lema Avante! Por um PCP mais forte, a VII Assembleia da Organização Regional de Vila Real do PCP contou com a participação de 70 delegados oriundos dos principais concelhos do distrito. No debate, foi feita uma avaliação da situação social no distrito. Mário Costa, do Comité Central e responsável pela Organização Regional, lembrou que a caracterização económica e social do distrito contida no projecto de resolução política «mostra um distrito com grandes debilidades, subdesenvolvido e marginalizado pelas políticas deste e dos anteriores governos, que vêm sucessivamente agravando as assimetrias regionais».
Em seguida, o dirigente comunista acrescentou que «nenhum dos 14 concelhos do distrito atinge os 100 por cento do poder de compra de média nacional e 12 estão abaixo dos 55 por cento». Para isto muito contribui o facto de o valor dos salários estar «muito abaixo da média nacional», havendo mesmo concelhos em que este valor não ultrapassa os dois terços desta média. O peso dos trabalhadores a auferirem o salário mínimo nacional é, também, muito superior naquela região relativamente ao todo nacional.
A completar o quadro de dificuldades com que o distrito de confronta, Mário Costa avançou com mais alguns dados: «Do total dos desempregados só 44 por cento recebem o subsídio de desemprego. Os 41 200 pensionistas do distrito recebem em média 284,21 euros mensais, apenas 73 por cento da média nacional.»
Mas a assembleia não se ficou pela caracterização da situação no distrito. Rejeitando a ideia de que o distrito – como o País – é pobre, João Frazão, no encerramento da assembleia, desafiou: «Olhemos para esta bela região e aqui veremos a riqueza deste país. Olhe-se para a água, para a boa terra, para a paisagem, para a agricultura, para o melhor vinho generoso do mundo, que aqui se produz, para a indústria extractiva, para a floresta e ver-se-á que nem esta região é pobre.» Prosseguindo, o membro da Comissão Política apontou responsabilidades: «As políticas de direita dos últimos trinta anos é que provoca a estagnação, o retrocesso, a destruição do aparelho produtivo, as fortíssimas assimetrias que conhecemos, que provoca o empobrecimento da maior parte das suas gentes, para sustentar o enriquecimento de pequenas minorias.»
O caminho – reforçar o Partido
Como se podia prever pelo próprio lema da assembleia, esta debruçou-se bastante sobre a organização e intervenção do Partido. Realçando os esforços levados a cabo nos últimos anos, Mário Costa lembrou que «apesar do reforço de 100 novos membros desde a 6.ª assembleia e de termos melhorado a nossa capacidade organizativa – com novas assembleias de organização concelhia e a criação de secretariados na Régua e Vila Real – apesar do aumento das nossas receitas, estamos ainda muito aquém das nossas necessidades e possibilidades».
Para os próximos anos será dada uma especial atenção ao alargamento do movimento de realização de assembleias das organizações (nomeadamente nas 25 freguesias onde se concentram 75 por cento dos membros do Partido no distrito); ao reforço da organização e intervenção nas empresas e locais de trabalho; ao recrutamento e enquadramento dos novos militantes; à melhoria do trabalho de fundos e à difusão e venda do Avante! e de O Militante.
No final, João Frazão realçou que «no que à organização diz respeito, creio poder afirmar que saímos daqui com a disposição que animou o nosso congresso. Nós sabemos que o reforço do Partido é a condição essencial para responder às múltiplas tarefas que temos pela frente. E que isso exige paciência, determinação, empenhamento. E saudamos cada avanço, cada passo, cada evolução positiva e não nos atemorizamos perante recuos ou dificuldades. Nós não confundimos dificuldade com impossibilidade».
A nova Direcção Regional, eleita por unanimidade, conta com sete novos elementos, seis dos quais com menos de 30 anos.