PCP defende desenvolvimento do Alentejo

«A terra a quem a trabalha»

Na homenagem a Catarina Eufémia, trabalhadora rural assassinada em Baleizão  pelas forças do regime fascista, a 19 de Maio de 1954, Jerónimo de Sousa anunciou, domingo, que o PCP vai apresentar, na Assembleia da República, um projecto de resolução para a elaboração «urgente» de um plano estratégico para a zona de influência de Alqueva e um conjunto de outras medidas visando o seu aproveitamento.

«A favor das populações e da criação de emprego»

«O Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva constitui uma das mais importantes alavancas para o desenvolvimento do Alentejo. Mais do que nunca é preciso garantir o seu correcto aproveitamento a favor das populações e da criação de emprego. É por isso imperiosa a intervenção do Estado que ponha fim à especulação e promova com uma estratégia clara o desenvolvimento local e se avance com a criação de um banco de terras do Estado que permita o acesso à terra regada a jovens agricultores, a trabalhadores e a pequenos agricultores com terra insuficiente», anunciou, em Baleizão, o Secretário-geral do PCP.

Nesta iniciativa, onde esteve um mar de gente, Jerónimo de Sousa, saudou ainda o 35.º aniversário do início da Reforma Agrária, momento marcante da história do nosso País, conduzido pelo proletariado agrícola alentejano e ribatejano, «que nasceu do povo e da imaginação criadora dos trabalhadores organizados nas suas mais de 500 UCP/Cooperativas».

«Tratou-se de um acontecimento que tinha atrás de si décadas de luta sob a consigna "a terra a quem a trabalha" e que deu um contributo determinante para a defesa e consolidação da democracia conquistada em Abril», afirmou, lembrando que pela primeira vez na história de Portugal «os trabalhadores tomaram a decisão de tomar as terras do latifúndio e com elas nas suas próprias mãos o seu destino, concretizando um inovador programa de transformações económicas e de justiça social que iria resolver os problemas da produção e do emprego nos campos do Sul».

No dia anterior, em Mação, mais concretamente na Freguesia de Penhascosa, o Secretário-geral do PCP criticou as medidas propostas pelo Executivo PS no Programa de Estabilidade e Crescimento, que vão penalizar ainda mais o desenvolvimento nacional, agravando mais o desemprego e a recessão económica.


Homenagem a Catarina Eufémia


Após a romagem à campa de Catarina Eufémia, orgulho do combativo proletariado agrícola do Alentejo, dos trabalhadores e do seu Partido, o PCP, Jerónimo de Sousa homenageou «todos os camaradas assassinados pelo fascismo, todos os antifascistas que perderam a vida ou sofreram as consequências da sua opção de fazer frente ao odioso regime fascista - essa ditadura terrorista dos monopólios e dos agrários» e manifestou «respeito e admiração pelos seus exemplos, que nos dão ânimo, força e coragem para prosseguirmos essa luta, sempre em defesa dos trabalhadores, do povo e do País e tendo no horizonte a perspectiva da construção de uma sociedade liberta da exploração do homem pelo homem».

«Há quem queira apagar o exemplo de Catarina e rasurar da nossa memória, da memória do movimento operário, dos trabalhadores, o percurso, os exemplos de dignidade, de combatividade, de abnegação, o património de luta e de conquistas de gerações de trabalhadores e deste Partido Comunista Português, o trajecto de combate sem tréguas de onde brotaram os direitos sociais e laborais do povo trabalhador e o próprio regime democrático que a política de direita e os seus executores - PS, PSD e CDS-PP - têm vindo nestes anos a pôr em causa», alertou o Secretário-geral do PCP.

 



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