Postura de total fidelidade aos ideias da Revolução de Abril
Faleceu, no dia 2 de Junho, com 84 anos, o Almirante Rosa Coutinho, um dos militares da Revolução de Abril. «Os trabalhadores e o povo português perderam um aliado de todas as horas e um amigo de todos os momentos», lamenta o PCP.
Em nota do Gabinete de Imprensa, o Secretariado do PCP recorda que o Almirante Rosa Coutinho foi chamado a integrar a Junta de Salvação Nacional logo na noite de 25 para 26 de Abril de 1974, cargo para que foi nomeado pelos oficiais da Marinha do Movimento das Forças Armadas (MFA), «assumindo claramente o seu posicionamento no campo mais progressista e avançado do MFA». Posteriormente, foi nomeado presidente da Junta Governativa de Angola, onde viria a desempenhar um papel fulcral em todo o importante e complexo processo de descolonização.
«Até ao final da sua vida, o Almirante Rosa Coutinho manteve uma postura de total fidelidade aos valores e aos ideias da Revolução de Abril», refere o PCP, valorizando a solidariedade do Almirante «com a luta dos trabalhadores e dos povos do mundo», que «acompanhava a par e passo, sempre tendo como referência orientadora a justiça social, a democracia e a liberdade».
Luta que Rosa Coutinho via assim: «Hoje já não há medo da Pide, da censura, das perseguições políticas (à velha maneira...), mas em contrapartida criaram-se outros medos também inimigos da liberdade: medo do desemprego, medo de não ter condições para uma velhice feliz, medo de não conseguir educar os filhos, medo de não ter acesso à saúde. Todos estes medos continuam a existir, e todos eles têm de ser combatidos em nome de uma liberdade que o País conseguiu com o 25 de Abril».
O funeral, que se realizou no Cemitério de Olivais, contou com a presença, entre muitos outros, de Jerónimo de Sousa, Secretário-geral do PCP, e de José Casanova, director do Avante!, que endereçaram aos familiares as suas mais sentidas condolências.