Britânicos atacam «despesa»
Duas semanas após a tomada de posse, a coligação governamental entre conservadores e democratas-liberais anunciou, na segunda-feira, 24, um programa de cortes orçamentais de seis mil milhões de libras (sete mil milhões de euros).
A generalidade dos ministérios é afectada pela redução de despesa, embora para já o novo governo britânico apenas tenha anunciado como medidas concretas o congelamento das admissões na Administração Pública, não confirmando a redução de 300 mil postos de trabalho avançada no fim-de-semana pela imprensa, e a eliminação dos subsídios de nascimento.
Todavia é de esperar que nas próximas semanas os cortes de milhões de libras nos ministérios dos Transportes, da Educação, Trabalho e Pensões se traduzam em medidas anti-sociais e não apenas, como o governo agora afirma, na eliminação de «despesas inúteis».
Também é expectável que a extinção de institutos e organismos públicos venha a pôr em causa milhares de empregos no sector. De resto, o humor negro do ministro das Finanças, George Osborne, é revelador: «Esta é a primeira vez que este governo tem de anunciar decisões difíceis a propósito das despesas. Não será a última».
O défice orçamental britânico atingiu no ano fiscal 2009/2010 um recorde de 145,4 mil milhões de libras (167 mil milhões de euros), o que corresponde a 10,37 por cento do Produto Interno Bruto (PIB)